Casos como o de Jéssica – que venceu as sequelas da baixa escolaridade da família e quebrou o ciclo de miséria provocado pela falta de acesso à formação e à informação – contrariam a tendência majoritária de ambientes marcados pelas carências culturais, alimentares e linguísticas estarem intimamente ligados ao fracasso escolar. “Trata-se de uma explicação cômoda e preconceituosa”, diz a pedagoga Silvia Colello, professora de psicologia da educação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. “É como se chegasse um paciente portador de HIV a um pronto-socorro e o médico deixasse de atendê-lo devido às suas condições”, compara.
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