
Por Rudá Ricci
O caso recente em que a Justiça de Timóteo, município do interior mineiro, condenou pais que retiraram, há dois anos, seus dois filhos adolescentes da escola para ensinar-lhes em casa, prática que nos EUA é conhecida como “homeschooling” abre um importante debate público sobre o papel da educação em nosso país. O juiz apoiou-se acertadamente no artigo 55 do Estatuto da Criança e Adolescente que obriga pais e responsáveis a matricular seus filhos na escola. Os pais apoiaram-se numa prática norte-americana que não possui respaldo em nosso país.
Mas a questão não se atém à interpretação da lei. Ela é mais complexa e merece maior reflexão.
(…)
Esta realidade é talvez a única que veio a tona.
Conheço pessoalmente cerca de 3 meninos desde os 4 anos de idade até os 25 anos que foram obrigados a se retirar das escolas pela incapacidade de recebê-los.
Entendo e compreendo esses pais, pois hoje vivo uma realiadde que há UNS 45 DIAS me sinto frequentemente convidada a me retirar, não explicitamente, mas por ausêcnia de atos e atitudes.
Sou mãe de um menino com autismo de 3 anos e 10 meses, matriculado em escoal pública calsse regular
Sempre fui de escola pública cursi universidade pública e sou defensora e uma sonhadora da educação.
Contudo é um DESAFIO E UMA AFRONTA o que nos é feito enquanto pais e cidadãos.
NÃO TER UM PROGRAMA DE INCLUSÃO, NÃO TER SUPORTE AOS PAIS QUE PERDIDOS NÃO SABEM O QUE FAZER NEM POR ONDE IR
E SE SENTEM ACOADOS DIANTE DOS FATOS E ACONTECIMENTOS O QUE FAZER ?
VOCÊ DEIXARIA SEU FILHO COM HIPER SENSIBILIDADE AUDITIVA, TÁTIL ENTRE OUTRAS EM UMA SALA LOTADA DE ESTÍMULOS ??
SOFRENDO DENTRO DE UMA SALA LOTADA SEM ATENÇÃO NECESSÁRIA ONDE O ANTI-TRABALHO PEDAGÓGICO É O QUE REALMENTE EXISTE ?
VOCÊ JÁ ESTIVERAM DENTRO DE UMA SALA COM 28 ALUNOS E 7 CRIANÇAS ESPECIAIS, 2 DOWNS, 4 NÃO ESPECIFICADOS E 1 COM AUTISMO ? AO MESMO TEMPO ?
EU SEI O QUE ESTOU FALANDO E SENTINDO NA PELE !
NESSAS CIRCUNTÂNCIAS ME VEJO SIM, OBRIGADA A ADERIR E DEFENDER A EDUCAÇÃO EM CASA.
NUNCA DEFENDEREI EDUCAÇÃO SEPARADA, OU SEGREGADA, MAS HÁ DE SE TER UM MÍNIMO DE VERGONHA NA CARA NA HORA DE OFERECER UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA NESSAS CONDIÇÕES.