Milk – A Voz da Igualdade

“É preciso eleger gays para que uma criança e outras milhares tenham a esperança de uma vida melhor.
A esperança de um futuro melhor.
Eu pergunto isso: se houver um assassinato espero que cinco, dez, cem, aumentando para mil.
E se uma bala entrasse em meu cérebro destruindo cada porta fechada.
Eu peço para que o movimento continue.
Porque não é um jogo pessoal.
Não é sobre o ego.
Não é sobre o poder.
É sobre os que são como “nós” aí fora.
Não só gays.
Mas os negros, os asiáticos, os idosos, os deficientes, os “nós”.
Sem esperança,
os “nós” desistem.
Sei que você não pode viver na esperança sozinho, mas sem esperança a vida não é digna de viver.
Então você… e você e você.
Tem que dar esperança.
Tem que dar esperança.”

Assim termina o filme Milk – A Voz da Igualdade, dica de filme da semana da Inclusive.

Resenha no blog Socializando..

Você já parou para pensar de onde se originou a Parada Gay que conhecemos? Como foi a luta pela tolerância à diversidade sexual? Como foi que alguém conseguiu plantar a sementinha que cresceu, se desenvolveu e gerou os frutos da inclusão social que desfrutamos hoje?

Milk consta em sua sinopse como um drama quando na verdade nada mais é do que um documentário de um líder do ativismo pela causa LGBTT (Gays, lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Travestis) em São Francisco.

Harvey Milk foi à São Francisco com seu companheiro e percebeu no bairro comercial “Castro” um local para instalar uma loja fotográfica. Mas, logo de cara, foram vítimas de preconceito por um suposto figurão do local que, percebendo o companheirismo dos dois, agiu com discriminação e ameaças. Harvey não se intimidou com aquele “convite para montar seu negócio em qualquer outro lugar, menos ali” e decidiu que aquelas instalações seriam perfeitas para o início não apenas de um trabalho para seu companheiro desempregado, mas, também, de uma revolução politica-social.

A loja fotográfica de Harvey, com o tempo, tornou-se um dos pontos conhecidos para o pessoal GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), pois viam uma chance de revelar seus “materiais secretos” sem medo de infâmias e escândalos. Lá dentro, eram acalorados pelo jeito sincero e desbocado de Harvey que já falava de seus objetivos para que  todo aquele pedaço comercial se tornasse um “point gay”, pois, dessa forma, acreditava-se que poderia combater o ódio e a discrimanação aos homossexuais. Resultado: quem saia da loja, queria voltar e trazia mais amigos; a propaganda boca a boca foi crescendo em proporções gigantescas… tão gigantescas quanto a resistências dos comerciantes  mais antigos e ignorantes em admitir aquele novo tipo de clientela.

Estava declarada a guerra aos gays e lésbicas em nome dos bons costumes e da moral. Harvey Milk, no entanto, era persistente e à medida que sua loja aumentava a feguesia, a motivação de pregar o respeito à diversidade sexual tornara-se enorme a ponto de entegar-se de corpo e alma pela causa dos direitos LGBTT.

Harvey passou a ser conhecido por muita gente de fora da cidade de São Francisco – pessoas que aliaram-se a ele e buscavam, juntos, força em massa para mudar as politicas da sociedade não apenas daquele bairro, daquela cidade, mas de toda a América do Norte e (por que não?) do mundo.

Um filme envolvente pela forma verossímil e simples de mostrar a quê o ativista político veio.

Os altos e baixos de seus dias, as conquistas e perdas que marcaram sua vida e faziam-no questionar até que ponto estaria valendo a pena abster-se de seu próprio conforto pessoal de gozar a vida ao lado de seu amor em nome da politica de igualdade social  sem preconceitos, sem discriminação, independente de opção sexual de cada um, é algo que foi registrado de forma latente e comovente.

“Milk” é um filme que recomendo a todos, pois seu objetivo não é o de mostrar como o mundo gay merece respeito e espaço na sociedade, mas apenas o de retratar o que era a cidade de São Francisco antigamente e como o movimento LGBTT se enraizou e foi se ramificando ao que conhecemos hoje em diversas parte do mundo, inclusive aqui no Brasil, onde temos a Parada Gay de São Paulo reconhecida como a maior do mundo.

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