Relatório de Monitoramento de Educação para Todos de 2010 da UNESCO

Capa do relatório, onde vê-se uma menina negra diante de um porta de madeira

Milhões de crianças dos países mais pobres do mundo correm o risco de serem privadas de escola em conseqüência da crise financeira mundial, segundo adverte o Relatório de Monitoramento de Educação para Todos de 2010 da UNESCO. Com 72 milhões de crianças ainda fora da escola, a desaceleração do crescimento econômico, conjugada com o aumento da pobreza e das pressões exercidas sobre os orçamentos públicos dos países, pode comprometer os progressos realizados no âmbito da educação ao longo da última década.

“Enquanto os países ricos já estão criando as condições necessárias para sua recuperação econômica, muitos países pobres enfrentam a perspectiva imediata de uma degradação de seus sistemas educativos. Não podemos permitir o surgimento de uma “geração perdida” de crianças privadas da possibilidade de receber uma educação que lhes permita sair da pobreza em que se encontram”, declarou Irina Bokova, Diretora-Geral da UNESCO.
O Relatório de Monitoramento de Educação para Todos, elaborado anualmente por uma equipe independente e publicado pela UNESCO, avalia os progressos realizados mundialmente para o alcance dos seis objetivos de Educação para Todos fixados em 2000, em Dacar, no Senegal, compromisso assumido por mais de 160 países.

O Relatório de 2010, intitulado Alcançando os Marginalizados (título provisório em português), apresenta e analisa alguns dos mais expressivos avanços obtidos no campo da educação ao longo da última década. Apesar desses progressos, a comunidade internacional não está próxima de alcançar o objetivo de universalização do ensino fundamental até 2015. O Relatório destaca a incapacidade dos governos de combater as desigualdades extremas existentes em âmbito nacional, bem como a dos doadores de conseguir mobilizar o volume de recursos necessários. Os autores do Relatório estimam que, para que sejam atingidos os objetivos de Educação para Todos, será necessário cobrir o déficit de financiamento anual estimado em 16 bilhões de dólares, uma soma consideravelmente maior do que a prevista em avaliações anteriores.

A luta contra a “pobreza da educação”, chave do progresso.

As desigualdades extremas e persistentes decorrentes da pobreza, as disparidades de gênero, étnicas e lingüísticas freiam os progressos da educação. Para examinar a magnitude dos fatores de desvantagem mais destacados, o Relatório recorre a um novo instrumento de medição: o conjunto de dados sobre a pobreza e a marginalização na
educação, que estabelece um limite mínimo de “pobreza da educação”, fixado em quatro anos de escolaridade.
Entre as políticas que podem ser contrapostas com êxito às desigualdades persistentes, o Relatório assinala as seguintes: melhorar o acesso à educação e torná-la economicamente acessível, reduzindo os gastos de escolarização e as despesas informais, oferecendo incentivos específicos; fortalecer o ambiente de aprendizagem, colocando professores altamente qualificados à disposição dos marginalizados e ampliando o ensino intercultural bilíngue; ampliar os direitos e oferecer mais oportunidades, integrando as estratégias de educação com políticas mais gerais de luta contra a marginalização (proteção social, reforçar os direitos legais e a distribuição mais equitativa dos recursos públicos).

O relatório completo pode ser obtido por download em inglês, francês, espanhol, chinês, árabe ou russo neste link.

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