Arquitetura da participação social no Brasil contemporâneo: avanços e desafios

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O Instituto Pólis e INESC lançaram no último dia 25 a pesquisa “Arquitetura da Participação Social no Brasil Contemporâneo: avanços e desafios”. Os resultados apresentados são instrumentos importantes para refletir sobre a democracia participativa, um dos eixos da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política.

A pesquisa contou com o apoio do IPEA e da Fundação Ford. Na primeira etapa buscou resgatar o debate e sobre a construção das institucionalidades participativas a partir da visão dos atores da sociedade civil. O estudo destaca as reflexões sobre os Conselhos Comunitários e Conselhos Populares nos anos 80, o Orçamento Participativo, os Conselhos Gestores e as Conferências Nacionais, intensificadas nos últimos anos. Tais experiências demonstram a vitalidade do processo democrático brasileiro, mas ensejam desafios para refletir sobre as relações entre Estado e Sociedade.

A segunda parte consiste num mapeamento sobre os espaços participativos federais nos anos do Governo Lula. Nesse momento são analisados dados coletados em relação às Conferências e aos Conselhos Nacionais.

Nos oito anos de governo Lula foram realizadas 74 Conferências. Com os dados obtidos foram 12,9 milhões de pessoas que participaram das conferências nacionais. A representação desses são de 70% representantes da sociedade e os demais representantes governamentais. Ao todo foram computadas 14 mil propostas aprovadas nas conferências analisadas e mais de 1.100 monções.

No que se refere aos Conselhos Nacionais o estudo mapeou 71 instâncias. Dentre esses, 38 têm caráter deliberativo e 24 são consultivos. Se esses dados podem ser indicadores do poder decisório dos Conselhos, as reflexões destacam que dependendo da força política de seus integrantes e da centralidade do tema para um projeto de governo, um conselho consultivo pode ser mais efetivo do que um conselho deliberativo. O estudo apontam também que para analisar a capacidade de incidência de um Conselho, além de seu caráter e de suas competências, é importante perceber se os espaços possuem recursos para efetivarem o seu trabalho.

Por último, a pesquisa aponta desafios e dilemas para os espaços participativos em três eixos analíticos: representação, interface e conflito/pactuação, lançando luzes para pensar os desafios e proposições para o fortalecimento da democracia participativa no Brasil. Para compreender esses temas foram entrevistados 29 conselheiros nacionais de três conselhos: Conselho Nacional de Assistência Social, Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

Fonte: INESC

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