Escola de Gente lança projeto para formação de jovens em comunidades do Rio

Iniciativa abrirá vagas para oficinas de mídias acessíveis

Estão abertas as inscrições para o projeto Agentes de Promoção da Acessibilidade, promovido pela Escola de Gente – Comunicação em Inclusão. Com apoio do Programa Oi Novos Brasis, o projeto é uma parceria com a Rede de Adolescentes Promotores da Saúde, iniciativa conjunta da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, do Centro de Promoção da Saúde e da Plataforma de Centros Urbanos do Unicef.

Com este projeto, a Escola de Gente atuará em comunidades do Rio de Janeiro, realizando oficinas de mídias acessíveis para a formação de jovens, com e sem deficiência, com idades entre de 15 a 29 anos. Serão 75 vagas em três turmas. Uma delas já está com local definido: o Adolescentro Paulo Freire, na Rocinha. Os demais locais serão escolhidos de acordo com a demanda. As inscrições poderão ser feitas até o dia 7/11 pelo site http://www.escoladegente.org.br ou pelo telefone 21 2483-1780.

Fundadora da Escola de Gente e pioneira na disseminação do conceito de sociedade inclusiva, Claudia Werneck explica que, através dessa iniciativa, esses grupos terão acesso a conteúdos e práticas que os colocarão em contato com as diversas formas de comunicação acessível.  Segundo ela, as oficinas serão lideradas por especialistas em acessibilidade no Brasil, incluindo integrantes da equipe técnica da Escola de Gente, e apresentarão conteúdos inéditos para a maioria destes jovens, como audiodescrição, língua de sinais brasileira, braile, legendas eletrônicas, entre outros.  “Nosso objetivo é que eles possam disseminar esses conteúdos em todas as suas ações da vida cotidiana. Que possam produzir com acessibilidade produtos como livros, vídeos, espetáculos teatrais e até mesmo programas de rádio, descobrindo como não discriminar determinadas condições humanas, o  que naturalmente fortalece as redes de juventude das comunidades e fomenta uma mentalidade inclusiva e cidadã”, explica.

O projeto reúne metodologias premiadas da Escola de Gente, como as Oficinas Inclusivas e as oficinas de teatro. A formação será finalizada com a produção de uma cartilha acessível, elaborada pelos próprios participantes e pela equipe da Escola de Gente. Tudo será documentado, de forma a garantir que jovens com deficiência participem de todo o processo e tenham seus direitos à comunicação garantidos.

Segundo dados do Censo Demográfico/2000 do IBGE, o Brasil tem a maior geração de jovens de todos os tempos. São 48 milhões de brasileiros(as) com idade entre 15 e 29 anos, sendo mais de seis milhões com pelo menos uma deficiência (14,7% do total de jovens). De acordo com a Organização das Nações Unidas, 82% das pessoas com deficiência no mundo vivem abaixo da linha da pobreza, sendo grande parte na faixa da infância e juventude. Dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento revelam, ainda, que, em relação ao recorte étnico/racial no Brasil, as populações negras e indígenas são as que apresentam o maior percentual de pessoas com deficiência dentro do total geral da população, respectivamente 18% e 17%. “Com o cruzamento, raça/etnia, pobreza e deficiência, percebemos que esta população é ainda mais discriminada porque é a soma de vários estereótipos. Para reverter este quadro é preciso investimento em formação em acessibilidade na comunicação, pois é onde ocorre a maioria dos processos de discriminação”, ressalta Claudia Werneck.

O projeto Agentes de Promoção da Acessibilidade é parte das comemorações dos 10 anos da Escola de Gente. Dedicada a criar e monitorar políticas públicas inclusivas para pessoas com deficiência, a organização vem trabalhando com ações de impacto nas áreas de cultura, comunicação, políticas públicas para a juventude e criação de indicadores de acessibilidade para sustentabilidade. No âmbito da comunicação, o novo projeto coloca em prática o lema Comunicação em Inclusão.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *