22 milhões de crianças, em 50.000 escolas, de 94 países estão por trás do Prêmio das Crianças do Mundo pelos Direitos da Criança (WCPRC). Este ano, o prêmio será concedido pela décima vez. Os 13 nomeados ao prêmio incluem Nelson Mandela, o escravo de uma fábrica de tapetes assassinado, Iqbal Masih, e a libertadora de crianças escravas sexuais, Somaly Man. Milhões de crianças irão participar da Votação Mundial este ano para decidir quem será o Herói dos Direitos da Criança da Década.
No Brasil, 1,5 milhão de crianças, em 1.000 escolas Amigas Mundiais, sediadas em 156 municípios brasileiros, 80% da rede pública de ensino, têm o direito de votar. No vigésimo aniversário da Convenção dos Direitos da Criança da ONU, dia 20 de Novembro, as crianças irão revelar quem escolheram para ser agraciado com o seu prêmio.
A iniciativa está aberta à participação de qualquer escola ou organização. A inscrição e as publicações do WCPRC são gratuitas. Para participar, é necessário se cadastrar no www.worldschildrensprize.org como Amigo Mundial. Este ano, o WCPRC será desenvolvido de 15 de Abril a 25 de Outubro de 2009.
Desde o ano 2000, o Prêmio das Crianças do Mundo concede os prestigiados prêmios das crianças para esforços extraordinários empreendidos em prol dos direitos das crianças. O dinheiro do prêmio contribui para oferecer a dezenas de milhares das crianças mais vulneráveis do mundo uma vida melhor. Até agora, 27 nomeados foram agraciados com os prêmios e tornaram-se modelos exemplares para crianças em todo o mundo. 13 deles são os candidatos da próxima Votação Mundial das crianças, que irá definir quem será o seu Herói dos Direitos da Criança da Década. (veja abaixo a lista dos candidatos)
O maior programa educacional do mundo baseado nos direitos
O WCPRC é o maior programa educacional do mundo para crianças e adolescentes fundamentado nos direitos da criança, na democracia, no meio ambiente e na amizade mundial. O programa do WCPRC empodera crianças, oferecendo-as esperança no futuro e uma chance de demandar respeito pelos seus direitos. É realizado em cooperação com mais de 50.000 professores e quase 500 organizações, secretarias de educação e projetos de mídia para crianças e jovens.
Milhões de crianças vulneráveis participam
Milhões de crianças aprendem sobre seus direitos e a democracia através do Prêmio das Crianças do Mundo. Entre elas, ex-crianças soldado, escravas por dívida e crianças de rua. Crianças que perderam seus pais devido a AIDS, ao genocídio, ao tsunami na Ásia e crianças que vivem sob à ditatura também descobriram sobre seus direitos através do Prêmio das Crianças do Mundo. A revista do prêmio, Globen, e o site, www.worldschildrensprize.org, são apresentados em 11 idiomas, incluindo árabe e persa (Farsi). A revista chega clandestinamente à vilas na Birmânia e é lida por ex-crianças soldados no leste da República Democrática do Congo, como Furaha, de 15 anos: “Quando eu tinha 12 anos e era um soldado, tudo o que eu conhecia era morte, violência e guerra. Agora eu participo do Prêmio das Crianças do Mundo e da Votação Mundial pelos nossos direitos. Antes de eu ler O Globo, eu não fazia idéia de que nós crianças temos o direito à proteção e à uma vida boa.” Furaha foi uma das 6,6 milhões de crianças que participaram da Votação Mundial em 2008.
Os 13 candidatos à Herói dos Direitos da Criança da Década
Iqbal Masih, Paquistão (póstumo)
Iqbal foi uma criança escrava por dívida de uma fábrica de tapetes. Quando ele foi libertado, lutou pelos direitos das crianças escravas por dívida. Iqbal foi assassinado no dia 16 de Abril de 1995.
Asfaw Yemiru, Etiópia
Asfaw era uma criança de rua aos 09 anos. Aos 14 anos, abriu sua primeira escola para crianças de rua debaixo de uma árvore de carvalho. Desde então, ele devota sua vida há quase 50 anos para oferecer às crianças mais vulneráveis da Etiópia uma chance de ir à escola.
Nkosi Johnson, África do Sul (póstumo)
Nkosi lutou pelos direitos das crianças que sofrem com o HIV/AIDS até sua morte aos 12 anos de idade.
Maiti Nepal
Maiti luta contra o tráfico de meninas pobres do Nepal para a Índia, onde elas são forçadas a trabalhar como escravas sexuais em bordéis, e que reabilita meninas vítimas deste tráfico.
Maggy Barankitse, Burundi
Maggy salvou dezenas de milhares de crianças órfãs da guerra que devastou o Burundi, e ofereceu a elas um lar, amor e acesso à escola, nos últimos 15 anos.
James Aguer, Sudão
James libertou milhares de crianças sequestradas e vítimas do trabalho escravo no Sudão nos últimos 20 anos. James já foi preso 33 vezes e quatro de seus colegas foram assassinados.
Prateep Ungsongtham Hata, Tailândia
Prateep foi uma criança trabalhadora aos 10 anos. Desde que abriu sua primeira escola aos 16 anos, ela se dedica há quase 40 anos à luta para oferecer às crianças mais necessitadas a chance de ir à escola.
Dunga Mothers, Quênia
20 mães no Quênia lutam há 12 anos pelos direitos das crianças órfãs da AIDS de frequentarem a escola, terem uma casa, alimentação, amor e seus próprios direitos respeitados.
Nelson Mandela, África do Sul
Graça Machel, Moçambique
Mandela pela sua vida de luta pelos direitos iguais para todas as crianças da África do Sul e seu trabalho em defesa dos direitos das crianças. Machel pelos seus 25 anos de luta pelos direitos das crianças vulneráveis de Moçambique, em especial pelos direitos das meninas.
Craig Kielburger, Canadá
Craig fundou a organização “Free the Children” aos 12 anos. Ele luta pelo direito das crianças e adolescentes de serem ouvidos e para libertar crianças da pobreza e de violações aos seus direitos.
AOCM, Ruanda
AOCM reúne 6000 pessoas órfãs vítimas do genocídio em Ruanda, que ajudam umas as outras a sobreviver, compartilhando comida, roupas, educação, um lar, cuidados com a saúde e amor.
Betty Makoni, Zimbabwe
Através da Girl Child Network, Betty encoraja meninas à reinvidicarem seus direitos, apóia aquelas expostas ao abuso e protege outras do casamento forçado, do tráfico e da exploração sexual.
Somaly Mam, Camboja
Somaly, que após ter sido uma escrava sexual quando criança, se dedica há 13 anos a libertar meninas da escravidão sexual, e oferece à elas reabilitação e educação. Ela foi punida pelo trabalho que realiza quando sua filha de 14 anos foi sequestrada, drogada, estuprada e vendida para um bordel.