‘Mapa da Diversidade’ da Fenaban ignora homossexuais

A Fenaban – Federação Nacional dos Bancos – realizou o Mapa da Diversidade nos bancos, um questionário que identificou o quanto os bancos são preconceituosos como na baixa contratação de negros e mulheres terem menos chances para subir de carreira do que os homens e o número de bancários com deficiência é tão pequeno que não atinge nem a cota mínima de 5% exigida pela lei.

Mas a própria pesquisa se mostrou incompleta e discriminatória, pois não aferiu os bancários LGBTs. Os bancos se recusaram a abordar a situação dos homossexuais no questionário.

Ser um bancário LGB não é fácil, imagine então para as travestis e transexuais, onde a sua afirmação como pessoa passa pela identificação visual feminina?

O preconceito e a dificuldade de um homossexual de fazer carreira dentro do banco é tão grande ou maior que vividas pelas mulheres e pelos negros.

O bancário Maikon Nunes Azzi, do Unibanco, homossexual assumido, tem dificuldades para crescer na carreira e fica limitado. Discreto, ele conta que ainda não conseguiu algumas promoções, mas que essa não é a realidade. “Eu nunca vi um homossexual mais afetado ser gestor. O banco também não coloca esse bancário para trabalhar numa agência ou atender o público”, explica Maikon, ressaltando que o preconceito é do banco e não dos colegas.

Antonio Ferreira dos Santos

Já o ex-funcionário do Bradesco, Antonio Ferreira dos Santos, hoje como corretor de seguros, conquistou na Justiça uma reparação por atos de preconceito dentro do banco. O ex-gerente de uma agência em Salvador-BA, é o primeiro caso de preconceito julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho – TST -. Ele receberá R$ 1,3 milhão.

Santos foi demetido em 2004 por justa causa sob alegação de negligência, indisciplina e ato de improbidade. Ele declara-se como homossexual e conta que sofreu por cinco anos discriminação e assédio. Demitido, não conseguiu colocação no mercado de trabalho.

De acordo com relatos do gerente à 24ª Vara do Trabalho de Salvador, um diretor regional do Bradesco foi responsável por diversos atos de constrangimento públicos como a insinuação de que o Bradesco não é lugar de homossexual, além de propor que o bancário utilizasse o banheiro feminino da agência. A Justiça ouviu três testemunhas que confirmaram a versão do gerente, que relata: os últimos cinco anos foram os piores da sua vida.

Há discriminição, preconceito e intolerância contra homossexuais dentro dos bancos. E até para a pesquisa que iria quantificar as diversidades dentro da instituição, os LGBTs são invisíveis. Para Maikon o fato de a Fenabran não ter incluído a questão dos gays no Mapa da Diversidade já é uma forma de preconceito. “Se os bancos não tem problemas com isso, por que não abordar a situação dos gays na pesquisa?”, questiona.

Fonte: http://www.gay.com.br/blog/brasil/sp/sao-paulo/2009/07/14/mapa-da-diversidade-da-fenaban-ignora-homossexuais/

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