Oficina discute lançamento do Espaço Aberto de Conhecimento da RTS

Hospedado no Portal da RTS, o espaço disponibilizará um banco permanente de Tecnologias Sociais e um novo ambiente para redes sociais, além de ferramentas de colaboração e construção coletiva do conhecimento.

por Vinícius Carvalho, jornalista do Portal da RTS

A partir de outubro, quem entrar no Portal da RTS encontrará um ambiente único capaz de reunir informações básicas sobre determinada Tecnologia Social (TS) e detalhamentos constantemente atualizados sobre seu processo de reaplicação. Os internautas que se cadastrarem também poderão fazer parte de comunidades virtuais para debater estas tecnologias e participar de fóruns e chats, bem como disponibilizar fotos, vídeos e demais documentos sobre TSs. Com vistas à validação da ferramenta, mais de 40 representantes de universidades, governos, universidades e Ongs participaram, na última sexta-feira (21/08), em Brasília (DF), da oficina de revisores do Espaço Aberto de Conhecimento do Portal da RTS.

“Uma das ações mais importantes no processo de alimentação do banco de dados com os registros das TSs será o momento de validação dos textos, que serão, aos poucos, inseridos pelas instituições e pessoas que as desenvolveram. Por isso a participação dos revisores é tão importante”, esclarece a animadora de redes da RTS, Isabel Miranda. O papel dos revisores, avisa, será o de fazer uma leitura das fichas de registro de TSs preenchidas no Portal e, se for o caso, propor ajustes, de forma que o texto seja claro e comunique bem o passo-a-passo para reaplicação de cada tecnologia.

A ferramenta agrupará as TSs em 22 temas, cada qual com dois revisores habilitados a analisar e encaminhar para a publicação os textos enviados. Entre os temas estão Agricultura familiar, Comunicação, Democratização do conhecimento, Desenvolvimento local, Economia solidária, Educação, Geração de trabalho e renda, Juventude, Meio ambiente, Microfinanças, Moradia, Organização e fortalecimento de capital social,  Processo produtivo , Promoção de direitos, , Reciclagem,  Recursos hídricos, Saneamento básico, Saúde, Segurança alimentar e nutricional e Tecnologias assistivas.

Ferramenta

O Espaço Aberto de Conhecimento do Portal da RTS está sendo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI), que também é instituição associada à RTS. Cada TS incluída no ambiente trará informações básicas como o principal problema enfrentado pela Tecnologia Social, o passo-a-passo para aplicação e a descrição dos ambientes mais favoráveis para a multiplicação da experiência.

As instituições envolvidas com a reaplicação de cada TS também poderão postar as isistematizações de suas experiências diretamente na internet. Para isso, terá que preencher um formulário em que especifique onde foi feita a reaplicação, quantas famílias foram envolvidas no processo de reaplicação daquela TS, quais os resultados alcançados, o volume de investimentos realizado e se houve alguma inovação incrementada à TS, entre outras informações.

Entre as Tecnologias Sociais já registradas na ocasião de lançamento do Espaço estarão o sanitário compostável Húmus Sapiens, o fogão ecoeficiente, o Aquecedor Solar de Baixo Custo (ASBC), o ensino de matemática para deficientes visuais, o aproveitamento sustentável da rama da mandioca e da manipueira, o sistema de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais), o aproveitamento total do coco babaçu e as tecnologias de captação de água de chuva para a produção de alimentos – Tanque de pedra (caldeirão), Barragem subterrânea, Cisterna calçadão e Barreiro trincheira.

“A pessoa que se cadastrar no Espaço não será um ator passivo. Ao contrário, ele será estimulado o tempo todo a fazer uploads e participar ativamente”, explica Saulo Barreto, pesquisador do IPTI. Para isso, avisa, um dos principais desafios será consolidar um conjunto básico de valores e governança capaz de garantir a horizontalidade do ambiente e a boa convivência entre os participantes.

Entre as ferramentas que os internautas terão à disposição estão conferências online (chat/VoIP); ambientes de publicação de vídeos, áudio, imagem e textos e a classificação dos conteúdos via tags (palavras chaves). Além disso, O Espaço trará um mecanismo baseado em algoritmos matemáticos e estatísticos capaz de analisar as interações entre os participantes da rede. O resultado destas análises será visualizado através de sociogramas e permitirá à RTS ter um conhecimento mais detalhado sobre a evolução do próprio Espaço. “Quem fala mais e com que intensidade? Quem são aquelas pessoas com maior centralidade na Rede? Isso não é algo que a RTS vai definir. Será a própria dinâmica do Espaço”, conclui Saulo.

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