Brasil: a escola pública morreu?

Descrição do logotipo: o texto "via política", onde o i de "via" é uma seta bidirecional. Sob "política" aparece o subtítulo "livre informação e cultura".

Valério Arcary

“A doutrina materialista de que os homens são produtos das circunstâncias e da educação, e de que, portanto, seres homens modificados são produtos de circunstâncias diferentes e de uma educação modificada, esquece que as circunstâncias são modificadas precisamente pelos homens, e que o próprio educador precisa ser educado.” [1] Karl Marx

Nas últimas três décadas governaram, no Brasil, em algum momento, os partidos de direita, de centro-direita, de centro-esquerda, e da esquerda moderada. Os partidos eleitorais do regime estiveram todos no poder. Um espectro amplo, que vai de distintas interpretações do neoliberalismo às mais diferentes versões da regulação estatal do capitalismo, teve a oportunidade de apresentar suas soluções para a educação. O balanço, porém, é devastador. O desempenho médio dos estudantes brasileiros, quando comparado com o dos estudantes de nações em estágio econômico e social semelhante, é insatisfatório. As taxas de evasão escolar altas, os índices de repetência elevados, os maus resultados nos exames como o ENEM ou o PISA, entre tantos outros indicadores, expressam a péssima qualidade da educação pública obrigatória. O argumento deste texto é que o aumento da escolaridade deixou de ser um fator de impulso à mobilidade social como antes dos anos ‘80 do século XX.

Um desastre educacional encoberto

A situação da educação é pouco animadora: o número de estudantes em idade escolar matriculados aumentou, mas tão lentamente que a melhora é quase invisível. O número de certificados emitidos cresceu, mas a qualidade do ensino caiu. Mesmo com uma presença maior das crianças nas escolas, temos ainda mais de 15 milhões de analfabetos e o número, segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2008 do IBGE, recentemente divulgada, permanece crescendo. Os iletrados são, contudo, incontáveis. O analfabetismo funcional – incapacidade de atribuir sentido ao texto escrito – está na escala das dezenas de milhões. O critério do IBGE para o cálculo do analfabetismo funcional é o de uma escolaridade igual ou inferior a quatro anos. Sendo imperfeita, esta avaliação deve estar encobrindo que, talvez, mais da metade dos brasileiros com mais de 15 anos não consegue compreender um texto em norma culta da língua.

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