Recebemos essa artigo através do Grupo Protagonismo e Autonomia da População Negra, pela Silvany Euclênio da Silva, que comentou o seguinte: “Ao divulgar o texto abaixo, pertinente e importante, peço licença para discordar do título “Os Novos Negros”, lembrando que racismo e homofobia não são a mesma coisa, embora sejam ambos cirmes violentos contra a humanidade das pessoas; lembrando também que o racismo está longe de ser superado. “
Leandro Fortes
Não faz muito tempo, o mundo – e o Brasil, em particular –, se escandalizou com as manifestações racistas contra jogadores de futebol que foram hostilizados por torcedores nos estádios europeus apenas porque eram negros. Na Itália e na Espanha, diversos jogadores negros, inclusive brasileiros, foram chamados de “macacos”, “gorilas” e “pretos de merda” por torcidas organizadas dos maiores times daqueles países. As reações foram, felizmente, imediatas. Intelectuais, jornalistas, políticos e autoridades esportivas de todo o planeta botaram a boca no trombone e reduziram, como era de se esperar, gente assim ao nível de delinqüentes comuns. Ainda há, eventualmente, exaltações racistas nos gramados, mas há um consenso razoavelmente arraigado sobre esse tipo de atitude, tornada, universalmente, inaceitável. Você não irá ver, por exemplo, no Maracanã, torcidas inteiras – homens, mulheres e crianças – gritando “crioulo safado” para o artilheiro Adriano, do Flamengo, por conta de alguma mancada do Imperador. Com a PM circulando, nem racistas emperdenidos se arriscam a tanto.
Mas, ai de Adriano, se ele fosse gay.
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