Professores com baixa expectativa em relação aos seus alunos podem comprometer – e muito – o processo de aprendizagem dos jovens. A boa notícia? O inverso também pode acontecer
Rachel Bonino
Reza o mito que o hábil escultor Pigmalião, desiludido com as mulheres, foi viver só. Para não ficar desacompanhado de tudo, esculpiu uma figura feminina que atendesse ao seu ideal de beleza. Tamanha era sua destreza, que se apaixonou pela própria obra, de tão bela, nomeando-a Galateia. E rogou à deusa Afrodite que providenciasse o encontro com uma mulher como aquela. Foi atendido com a conversão da obra de pedra em carne e osso. Foi com ela, então, que Pigmalião se casou e teve um filho, Pafos. É o que diz a lenda cipriota de Pigmalião e Galateia, registrada pela primeira vez numa história de Chipre, escrita no século 3 antes de Cristo, segundo a revista Graecia Antiqua.
A psicologia se apropriou da história e definiu o “efeito Pigmalião” como aquele em que o indivíduo se apaixona pelo objeto de desejo que ele mesmo construiu. Em uma de suas colunas, o psicanalista Contardo Calligaris fez adequação interessante para o universo escolar. “Quando os professores esperam um grande progresso de seus alunos, eles progridem duas vezes mais rapidamente. O desempenho do aluno é proporcional às expectativas do professor”, assinalou. Como não vibrar, então, com a possibilidade de que seu processo de aprendizagem pode render resultados tão satisfatórios?
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