Por Celso Dobes Bacarji, da Envolverde
Criatividade e simplicidade foram as principais características das oito tecnologias sociais escolhidas para receber o prêmio da Fundação Banco do Brasil, de 2009, anunciadas na noite desta terça-feira (24/11), em Brasília. Foram oito cases premiados – um de cada região do País e três nas áreas de Infância e Adolescência, Recursos Hídricos e Participação da Mulher.
Para a entrega do prêmio de R$ 50 mil reais, que devem ser investidos obrigatoriamente no programa escolhido, a Fundação Banco do Brasil levou até Brasília os representantes de 24 finalistas, mantendo o suspense até o momento do anúncio dos vencedores, em clima de entrega de prêmio Oscar.
O grande salão de festas da Casa Maçônica Grande Oriente ficou lotado de gente vestida de gala, entre eles, dezenas de adolescentes da periferia da Capital Federal, que invadiram o palco, quando os representantes do Instituto de Estudos Socioeconômicos receberam o prêmio pelo programa Adolescentes Protagonistas, concorrendo pela Região Centro-Oeste.
Emocionada, Márcia Hora Acioly, assessora pedagógica do Instituto, dedicou o prêmio aos jovens que participam no programa, vistos como ameaça pela sociedade mas, para ela, cidadãos em potencial que, cientes de seus direitos, são capazes de transformar a realidade em que vivem.
No mesmo clima, foram premiados programas que se desenvolvem de norte a sul do país, beneficiando grupos sociais excluídos ou carentes dos recursos necessários para o seu desenvolvimento. Da região Norte, venceu o case “Telinha de Cinema”, de Palmas (TO), que trabalha com a produção de filmes em celulares e câmeras digitais como forma de dinamizar os recursos pedagógicos em sala de aula. Capacitados em oficinas de produção audiovisual pela instituição Casa da Árvore, os estudantes viram jovens cineastas, criando vídeos que refletem sua própria realidade.
Na região Nordeste foi vencedora a tecnologia social “Cultivo Sustentável de Algas Marinhas”, desenvolvida pela Fundação Brasil Cidadão para Educação, Cultura, Tecnologia e Meio Ambiente, de Fortaleza (CE). A técnica, simples e barata, trabalha com algueiros da comunidade de Barrinha, transformando-os de “predadores de algas” em empreendedores sustentáveis.
Programa desenvolvido pela Prefeitura de Santos (SP), que emprega idosos de baixa renda como instrutores de oficinas que integram as gerações propiciando um convívio de afetividade e aprendizado mutuo, foi a tecnologia vencedora da região Sul. A iniciativa valoriza o conhecimento e os valores acumulados ao longo da vida pelo idoso, que os coloca à disposição dos mais jovens. Em troca, eles recebem atenção, afeto e valorização de suas habilidades.
Trabalho desenvolvido pela União das Associações Comunitárias do Interior de Canguçu (RS), de Produção e Preservação de Sementes Crioulas, mereceu o prêmio entre os concorrentes da região Sul. A partir de um banco de semente criado pela instituição, é feita a troca de sementes entre os agricultores, favorecendo a disseminação das espécies crioulas e a sua preservação.
Entre os trabalhos que concorreram na categoria Direitos da Criança e do Adolescente e Protagonismo Juvenil, foi vencedora a tecnologia social desenvolvida pela Diocese de Santarém (PA), “Rádio pela Educação”, em parceria com a Rádio Rural de Santarém. Através de programa divertido e interativo, as crianças recebem suporte educacional sobre temas do currículo escolar, na própria sala de aula.
Na categoria Gestão de Recursos Hídricos, venceu a tecnologia desenvolvida pela Cooperativa de Serviços Técnicos do Agronegócio de Natal (RN), que utiliza lona plástica instalada no subsolo a profundidades em torno de 1,8 metros, para reter a água que se infiltra naturalmente no solo durante as chuvas, permitindo o plantio de diversas culturas, como batata doce, grãos e capim forrageiro para ração animal.
Por fim, o programa “Rede Mulheres para a Comercialização Solidária”, da Casa da Mulher do Nordeste, de Afogados da Ingazeira (PE), foi vendedor da categoria “Participação de Mulheres na Gestão de Tecnologias Sociais”. A tecnologia parte do estímulo à auto-organização em grupos produtivos, para empoderar mulheres e com isso realizar a efetiva transformação de sua condição social. (Envolverde)
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Fonte de informação: Envolverde 
