Cresce escolarização do brasileiro, mas qualidade do ensino ainda é baixa

Ilustração da letra A com balão de pensamento.

Nova edição da pesquisa Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) aponta crescimento da escolarização dos brasileiros, mas alerta para a necessidade da melhoria de qualidade no ensino.

O Instituto Paulo Montenegro e a Ação Educativa acabam de concluir a sexta edição do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). Apurado desde 2001, o Indicador mensura os níveis de alfabetismo funcional da população brasileira entre 15 e 64 anos de idade, residente em zonas urbanas e rurais de todas as regiões do país.

Dividido em quatro níveis, o Inaf classifica a população brasileira de acordo com suas habilidades em leitura/escrita (letramento) e em matemática (numeramento).

Os resultados de 2009 revelam importantes avanços no alfabetismo funcional dos brasileiros entre 15 e 64 anos: uma redução na proporção dos chamados “analfabetos absolutos” de 9% para 7% entre 2007 e 2009, acompanhada por uma queda ainda mais expressiva, de seis pontos percentuais no nível rudimentar amplia consideravelmente a proporção de brasileiros adultos classificados como funcionalmente alfabetizados. O nível básico continua apresentando um contínuo crescimento, passando de 34% em 2001-2002 para 47% em 2009.

Já o nível pleno de alfabetismo não mostra crescimento, oscilando dentro da margem de erro da pesquisa e mantendo-se em, aproximadamente, um quarto do total de brasileiros.

Escolaridade

De acordo com o Inaf, chama a atenção o fato de 54% dos brasileiros que estudaram até a 4ª série atingirem, no máximo, o grau rudimentar de alfabetismo. Mais grave ainda é o fato de que 10% destes podem ser considerados analfabetos absolutos, apesar de terem cursado de um a quatro anos do ensino fundamental.

Dentre os que cursam ou cursaram da 5ª a 8ª série, apenas 15% podem ser considerados plenamente alfabetizados. Além disso, 24% dos que completaram entre 5ª e 8ª séries do ensino fundamental ainda permanecem no nível rudimentar. Dos que cursaram alguma série ou completaram o ensino médio, apenas 38% atingem o nível pleno de alfabetismo (que seria esperado para 100% deste grupo).

Somente entre os que chegaram ao ensino superior é que prevalecem (68%) os indivíduos com pleno domínio das habilidades de leitura/escrita e das habilidades matemáticas.

Para uma das responsáveis pela análise do Inaf 2009, Vera Masagão, coordenadora de programas da Ação Educativa, o aumento da escolaridade também implica numa nova realidade para uma população que antes não tinha acesso ao ensino, gerando novos desafios: “À medida que o ensino fundamental se universaliza, pessoas com menos recursos vão à escola, enfrentando maiores desafios para aprender, por conta tanto de condições de vida mais precárias como de um ensino empobrecido. Têm sido necessários tempo e esforços dos sistemas de ensino para que a ampliação do acesso se reverta também em ampliação da aprendizagem”, comenta.

Faixas Etárias

No tocante ao desempenho das diferentes faixas etárias da população estudada, é possível observar o impacto da universalização do acesso a escolarização: cerca de 1/3 dos brasileiros de 15 a 34 anos atingem, em 2009, o nível plano de alfabetismo. Para as gerações mais velhas, no entanto, só se enquadram neste nível 23% dos brasileiros entre 35 e 49 anos e 10% dos que têm entre 50 e 64 anos.

Por outro lado, observa-se que a evolução entre 2001-2002 e 2009 foi bem maior entre as faixas com mais de 25 anos (entre 14 e 15 pontos percentuais), enquanto para os jovens de 15 a 24 a melhora foi de somente sete pontos.

A íntegra do estudo com todas as tabelas do levantamento está disponível no site: www.ipm.org.br.

O Instituto Paulo Montenegro foi criado em 2000, pelo o IBOPE, como uma organização sem fins lucrativos que atua de maneira focada e com prioridade definida no campo da educação. O Instituto desenvolve e dissemina projetos que têm como base o know-how em pesquisa das empresas do Grupo e a credibilidade conquistada ao longo de seus 67 anos de atividade.

A Ação Educativa, que participou da realização do estudo, é uma organização não-governamental fundada em 1994, com a missão de promover os direitos educativos e da juventude, tendo em vista a justiça social, a democracia participativa e o desenvolvimento sustentável no Brasil. Para outras informações, visite o site: www.acaoeducativa.org.br

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Fonte de informação: Envolvede/IBOPE Link abrirá em uma nova janela ou aba.

One Comment

  1. Ficamos felizes em saber que o Brasil começa a desenvolver com mais consciência e visão. Esperamos que nosso trabalho também possa contribuir para este alegre desfecho, permitindo a esperança de dias melhores e dignidade dos cidadãos. Gratos por permitir nossa participação aqui.

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