Onde viver é uma triste rotina

Fachada do abrigo - foto Andei Bastos.

Por Dandara Tinoco
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A Casa Abrigo Betel fica em uma localidade chamada Ilha, no bairro Nova Campina, em Duque de Caxias. E os 38 adultos e nove crianças e adolescentes que vivem ali parecem mesmo estar num pedaço de terra perdido em alto-mar. Afinal, encontram-se isolados, praticamente incomunicáveis. Os abrigados pela instituição filantrópica têm problemas como paralisia cerebral, síndrome de Down e autismo. Andrei Bastos, jornalista e integrante da Comissão de Direitos Humanos da seção Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), chama a atenção para as más condições do local:

– A instituição funciona como um depósito de gente. Não há atividades para estimular o desenvolvimento cognitivo dos abrigados. Além disso, remédios psicotrópicos, como Gardenal e Haldol, são aplicados de forma indevida em pessoas com autismo e síndrome de Down, por exemplo. Os funcionários mostram desconhecimento em relação às diferenças entre as deficiências.

Porém, Bastos esclarece que não acha o fechamento do local uma boa solução:

– Nosso objetivo não é pedir a interdição da casa. Os internos não são maltratados e há higiene, o problema é a falta de recursos técnicos.

Segundo o integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, a ideia é enviar um dossiê sobre o abrigo para a secretária estadual de Direitos Humanos, Benedita da Silva:

– Pediremos à secretária que promova um intercâmbio entre a casa e instituições que tratam portadores de deficiência com funcionários capacitados. Há outros passos importantes, como equipar o local com recursos tecnológicos, para que os abrigados possam fazer fisioterapia.

A assistente social Flávia Azevedo, coordenadora do projeto “Justiça móvel para a primeira infância”, vinculado à Organização de Direitos Humanos Projeto Legal”, também questiona o tratamento aplicado na Casa Abrigo Betel:

– Os adultos e as crianças não têm convivência familiar ou comunitária. Suas habilidades não são exploradas. Falta acesso a políticas sociais.

(…)

Leia a íntegra da reportagem no blog do Andrei Bastos. Link abrirá em uma nova janela ou aba.

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