
Fábio Serrato
“Fiquei sabendo de casos em que o profissional da saúde fez sinal de positivo com o dedo polegar para indicar que a pessoa possuía o vírus da aids e o paciente saiu do local achando que estava tudo bem com sua saúde”, contou Cida.
Segundo ela, de forma geral as pessoas – incluindo as que têm deficiência – acreditam que aqueles que possuem necessidades especiais não podem exercer a sexualidade.
“E quando estamos dispostos a nos relacionarmos sexualmente encontramos muitas dificuldades. Os cegos não podem ir a qualquer lugar, sem saber onde estão, nem levar um desconhecido para casa. Diante de tantas outras preocupações, como a segurança, a sexualidade e a prevenção acabam ficando em segundo plano”, explicou a ativista.
Como resultado de uma pesquisa que realizou informalmente, Cida contou que, quando as pessoas com deficiência fazem sexo, não se previnem. “Um cadeirante me disse que não usa camisinha porque é o mínimo que poderia fazer para a outra pessoa, pelo trabalho que ela tem de tirá-lo da cadeira e colocá-lo na cama”.
A integrante do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas contou ainda que algumas profissionais do sexo não utlizam preservativo quando o cliente é uma pessoa com deficiência. “A impressão que elas têm é que quem possui necessidades especias é ‘limpinho’, não possui HIV nem nunca passou por situação de risco.”
Na avaliação de Cida Lemos, existem poucas ações de prevenção às DSTs e de forma mais específica ao HIV/aids voltadas às pessoas com deficiência. “Por um lado compreendo a dificuldade de realizar prevenção com esse público. Mas, por outro, o baixo número de ações não tem justificativa.”
A ativista aproveitou a entrevista para deixar um outro recado: sobre as dificuldades das pessoas com deficiência em vários outros âmbitos. “Cheguei de um cruzeiro recentemente e os funcionários do navio não sabiam lidar comigo. Queriam me ajudar, mas acabaram criando mais dificuldades em algumas situações. Isso, em parte, pode ser revertido com a participação de pessoas com necessidades especiais em diferentes atividades. Assim as pessoas que não têm deficiência vão aprendendo a conviver com a gente.”
Pesquisa acadêmica
Em entrevista publicada nesta terça-feira (12) pelo site G1, a psicóloga Ana Cláudia Maia, que realizou pós-doutorado na Unesp (Universidade Estadual Paulista) pesquisando a vida sexual de pessoas com necessidades especiais, afirmou que é comum os familiares das pessoas com deficiência acharem que elas não têm interesse por sexo, namoro e casamento.
A psicóloga também declarou que é grande o número de pessoas com deficiência intelectual que se infectam com HIV, já que elas têm vida sexual ativa e pouco acesso a informações sobre prevenção (leia aqui).
A Agência Aids entrou em contato com o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais e aguarda retorno sobre as ações de prevenção voltadas às pessoas com deficiência.
Dica de Entrevista
Cida Lemos – ativista
E-mail: lemos.cida@ig.com.br
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Fonte de informação: Agência de Notícias da AIDS
vc e uma pioneira e uma martir dos positivo que deus abençoe minha querida prima