Inclusão começa na escola

Ilustração de criança indo para a escola com mochila nas costas

Inscrever uma criança com necessidades especiais numa escola pública de ensino regular é uma batalha para muitas famílias. Fazer com que ela se adapte, não sofra discriminação dos colegas e receba a atenção dos professores são outros desafios. Na contramão desse cenário, com mais de 60 estudantes portadores de diferentes deficiências, a Escola Municipal de Educação Fundamental João Paulo I está se tornando referência positiva em Canoas. Em abril, a escola, localizada na Vila Santo Operário, no bairro Harmonia, comemora o recebimento de uma sala de recursos multifuncionais do Ministério da Educação (MEC). No local, que deve estar funcionando até o fim do mês, haverá atendimento educacional especializado no turno inverso da aula para crianças e adolescentes com deficiências.

Para colocar em prática a inclusão social, a direção e a equipe pedagógica da escola unem esforços para garantir uma educação de qualidade aos seus alunos especiais. Crianças e adolescentes com dificuldades mentais, físicas, auditivas e visuais estudam na mesma sala de aula daquelas que não têm nenhuma deficiência.

– Interação com as famílias dos alunos

Conforme a pedagoga Sheila Idalgo, a escola procura manter um diálogo com as famílias e constantemente conversa com os estudantes que, de alguma forma, estejam discriminando os colegas.

Segundo a diretora da escola, Cinara Costa, que atua no local há mais de 21 anos, sempre houve grande procura de famílias nessa situação. Hoje são recebidos, inclusive, moradores de outros bairros.

– As pedagogas chegam a acompanhar as famílias em consultas médicas, se envolvem profundamente nos casos – afirma Cinara.

Na pré-escola, a queixa de Diuliélen dos Santos, 12 anos, estava relacionada à falta de atenção dos docentes. Uma doença degenerativa vem comprometendo sua locomoção, sua visão e sua audição. Prontamente, o pai, Alcir dos Santos, decidiu pela mudança. Ela agora está na 7ª série.

– Nem todos os professores estão preparados para esse atendimento, mas quando percebemos que algo não está indo bem, conversamos com a equipe pedagógica, que sempre busca uma solução – observa o pai.

A dona de casa Angelita Farias, 57 anos, encontrou dificuldades com o neto Fernando Geonatto, 14 anos. Devido a um atraso mental, o adolescente, que cursa a 4ª série, aprende como uma criança de sete anos. Quando morava no norte do Estado, Angelita flagrou ele trabalhando como pedreiro na escola em que estudava:

– Como os professores não tinham paciência, preferiam mandá-lo sair da sala. Fiquei apavorada. Agora aqui é diferente.

DICAS PARA INSTITUIÇÕES E PROFISSIONAIS DE ENSINO
> O primeiro passo é estar aberto para a inclusão social, recebendo as famílias
> Estabelecer parcerias com família, alunos, médicos, Secretaria Municipal de Educação e demais entidades especializadas em inclusão social
> Promover a acessibilidade, fazendo adaptações nas dependências da escola. Como, por exemplo, rampas e banheiros adaptados
> Incentivar os profissionais a buscar especializações sobre o tema
> Realizar reuniões periódicas para levantar novas ideias e ver o que pode contribuir para a qualidade do ensino
> Estimular o diálogo e a troca de informações entre a equipe pedagógica e os professores, pois são eles que têm maior contato com os estudantes
> Falar sobre o assunto inclusão social em sala de aula
Fonte: Fonte: Equipe pedagógica da Escola Municipal João Paulo I

Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2835076.xml&template=3898.dwt&edition=14276&section=1541

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