Inclusão social e cultural: arte contemporânea e educação em museus

Pensar o museu como um lugar de atos pedagógicos que resultam em ações culturais voltadas para a transformação de mentalidades e percepções. Esta é a proposta que a museóloga Gabriela Suzana Wilder desenvolve em Inclusão social e cultural: arte contemporânea e educação em museus, lançamento da Editora Unesp, que verifica a possibilidade do espaço museológico contemporâneo oferecer uma plataforma adequada para diálogos com a comunidade.

O foco principal desta ação, na visão de Gabriela, são as crianças marginalizadas social e culturalmente. Ela considera que pensar em ações culturais que envolvam a arte de nossos dias é pensar em museus de arte, assim como em problemas de mediação entre arte e público e refletir sobre os diferentes sentidos que surgem no espaço de uma exposição. Para essa discussão, seu trabalho conta com uma sólida base de pesquisas e anos de atividades básicas em museus, especialmente no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP).

Inclusão social e cultural tem o desafio de pensar a melhor forma de trabalhar o respeito à diversidade cultural, considerando a complexa sociedade urbana contemporânea. Mas isso significa pensar também em educação e em questões que envolvem a ética e a cidadania, propondo a musealização de espaços escolares, elaborada em torno da história da arte. Do seu registro empírico, traz a certificação de suas premissas, as quais entendem que a prática artística propicia uma observação mais atenta do mundo, amplia a capacidade crítica do educando, facilita a tomada de decisões e amplia o vocabulário das crianças, além de exercitar a transposição de linguagens. Assim, Gabriela dá ênfase também a questões como a autoestima, a percepção do mundo natural e cultural e as diversas formas de linguagens artísticas desenvolvidas pelo ser humano no decorrer da história.

O livro integra a Coleção Arte e Educação, que tem por objetivo atender à demanda por uma produção intelectual mais ampla sobre a prática da formação artística dos estudantes brasileiros, preenchendo uma lacuna notada por artistas e arte-educadores de todo o país e produzindo novos públicos fruidores de cultura.

Gabriela Suzana Wilder atualmente é voluntária do Programa da Inclusão Sociocultural do Núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Aposentou-se em 2003 do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, onde exerceu a função de diretora da Divisão Científica, e de pesquisadora e educadora da Divisão de Educação e Ação Cultural. Trabalhou como assistente de curadores-gerais das bienais internacionais de São Paulo de 1980 a 1988 e foi curadora de inúmeras exposições de arte moderna e contemporânea. É museóloga e doutora em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

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Fonte: Pluricom/Pauta Social

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