
Um deles virou assessor. Os outros cinco, agentes de portaria. Desde que chegaram, com verdade e alegria, mudaram as relações interpessoais naquela Casa de corredores largos e leis implacáveis
Marcelo Abreu
Publicação: 04/09/2010 09:51 Atualização: 04/09/2010 10:23
Era pra ser apenas inclusão. O nome é bonito. Está na moda. É politicamente correto, até. Foi mais que isso. Foi melhor que isso. Virou histórias de vida. De renascimentos, de encontros e de emoção. Difícil esconder a lágrima que é engolida para que o choro não molhe o terno preto do magistrado. São 11h, estamos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), lugar onde homens andam de toga e mulheres, de vestidos e saias bem-cortados e salto alto. Os corredores são largos. Os gabinetes, climatizados. Ali, julga-se a legalidade das decisões tomadas em instâncias inferiores.
Aline, Renan, Paula, Wagner, Liane e Fernando são os seis mais novos funcionários da Casa. O que os diferencia das outras pessoas é exatamente a capacidade de transformação e de superação de limites e preconceitos
Nas várias portarias internas do prédio gigantesco nota-se, trabalhando, uma gente que comumente não estaria ali. Não, não são os seguranças. São os seis novos funcionários. Moças e rapazes educados, sorridentes e muito dispostos a ajudar. Eles vestem impecáveis ternos pretos. Elas, terninhos — da mesma cor. Um deles não está na portaria. É assessor especial. Até ontem, trabalhava no gabinete da presidência. A partir da semana que vem, trabalhará no terceiro andar, na sala do mesmo ministro, o homem que humanizou aquele lugar de corredores largos e gabinetes abarrotados de leis.
Mas, afinal, quem são esses seis novos funcionários do STJ? É uma gente especial mesmo. Tão especial que, em menos de um ano, arrebatou a simpatia e o carinho de todos os outros funcionários da Casa. Até daquela gente de toga. Esses rapazes e essas moças são portadores da Síndrome de Down. Sim, e a única coisa que os torna diferentes daquela outra gente são os olhos puxadinhos. O resto é detalhe. Puro detalhe.
Eles levaram o sorriso, uma certa inocência e muita verdade — nunca mentem, não dissimulam e só dizem o que pensam e sentem. Levaram leveza a um lugar que nem sempre é leve. E fizeram aquela outra gente pensar em si mesma. Sem imaginar, esses rapazes e moças de olhos puxadinhos quebraram a sisudez do STJ. E ratificaram que ainda é bom sorrir e ser feliz. E como fizeram isso? Sorrindo, apenas sorrindo. Lei nenhuma seria capaz de ensinar isso.
Na manhã de ontem, o Correio teve o privilégio de conhecer essas seis pessoas. E ver como trabalham. Como se situam e estão inseridas naquele lugar. Chega-se à primeira portaria. É a que dá acesso ao gabinete da presidência. Lá, somos atendidos por um rapaz de terno escuro, sapatos da mesma cor, camisa branca e gravata vermelha. Está impecável. Senta-se à mesa onde trabalha, ao lado do gabinete do homem mais importante daquela Casa e um dos mais poderosos do país.
O rapaz se apresenta: “Meu nome é Renan de Castro Mota”. E faz questão de dizer que o Mota dele é apenas com um t. Conta mais. Revela sua grande paixão, o Corinthians. E nos mostra, no computador que usa, o brasão do timão. “Quero ser jogador de futebol”, revela. Passava das 11h. O homem de quem ele é assessor, dali a algumas horas, deixará a presidência. Passará a ser um dos 33 ministros daquela Casa.
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Fonte: Correio Braziliense
Adorei receber essas notícias. Sou mãe de um jovem com Síndrome de Down com quase 25 anos. Ele é FANTÁSTICO, assim como esses moços e moças com Down. Arthur Frequentou a APAE-SP por 15 anos. Quando quis estudar numa escola regular com seus 14 anos, fomos em busca da tão sonhada escola. Embora eu tenha chorado lágrimas de sangue ao ter que, após peregrinar por mais de 4 dezenas de escolas, entregar meu querido filhos ao mundo das feras, faria tudo de novo. Ele não aprendeu muito sobre matemática, português etc mais aprendeu muitas outras coisas importantes e continua a ensinar a muitos o que é ser GENTE! Trabalha desde 2005 e garanto que tem sido exemplo em muitas situações. Por onde passa, seu rastro fica conquistando admiradores, amigos, e até mesmo aqueles incrédulos boquiabertos que só acreditam, porque o vê livre e solto, muito independente e responsável. São ANJOS tentando nos resgatar do egoísmo e da maldade. O SOL nasceu para todos assim como DEUS é o criador e o PAI de todos nós.
Parabéns jovens com DOWN, que bom que vocês estão podendo mostras as suas caras e poderem ser vocês mesmos!
É preciso DIVULGAR muito para acordar pais e profissionais que continuam adormecidos pela descrença e pelo preconceito, é claro.
Rosimar
Sou mãe de Izabel, 4 anos, nascida com síndrome de Down. Seria interessante recebermos sempre os newsletter de vcs. Atenciosamente, Simonne e Bel.
Oi Simonne
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Um abraço
Lucio Carvalho
Equipe Inclusive
Somos os pais de Eduarda, 4 anos com síndrome de down. Gostaríamos muitíssimo de receber os informativos da Inclusive.
Atenciosamente,
Cristina e Murilo
Prezada Cristina
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Um abraço
Lucio Carvalho
Equipe Incluisve
Sou mãe de um jovem de 16 anos, que está no processo de aprendizagem para o trabalho. Gostaria que vocês me enviassem tb, os informativos da inclusive.Abraços.