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O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mundial recua 21,7% se forem levadas em conta as disparidades nas três dimensões – educação, longevidade e renda. É o que aponta o Índice de Desenvolvimento Humano ajustado à Desigualdade (IDH-D), uma das inovações introduzidas pelo 20º Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), lançado nesta quinta-feira pelo PNUD, em Nova York.
A perda é maior em nível global está no subíndice de educação (que inclui disparidades na escolaridade média dos adultos e no número médio de anos de estudos esperados): 28,2%. As diferenças de padrão de vida – medido pela renda nacional bruta per capita – corroem 22,7% do subíndice dessa dimensão. Já o índice de expectativa de vida, quando ajustado pela desigualdade, perde 21,3%.
Essa tendência se repete em uma das regiões mais populosas do globo, o Sul da Ásia, e nos Países Árabes. Na América Latina e Caribe, no Leste da Ásia e Pacífico e na Europa e Ásia Central, o impacto é maior no subíndice de renda. Na parte de menor desenvolvimento humano do planeta, a África Subsaariana, são as desigualdades na expectativa de vida que pesam mais.
“Em mais de um terço dos países, a desigualdade na saúde, na educação ou em ambas excede a desigualdade relativa ao rendimento”, afirma o relatório. “A variação da perda vai de 4% (Islândia) a 59% (Afeganistão) na saúde, de 1% (República Tcheca) a 50% (Iêmen) na educação, e de 4% (Azerbaijão) a 68% (Namíbia) no rendimento”, detalha.
O Brasil segue o padrão latino-americano. O IDH brasileiro tem queda de 27,2% em razão da desigualdade. A perda no subíndice de renda (37,6%) é maior que na educação (25,7%) e na expectativa de vida (16,6%). A variação percentual leva em conta os valores absolutos de cada uma das dimensões.
Num ranking com os 139 países e territórios para os quais há dados sobre disparidade, o Brasil fica em 55º no IDH convencional e em 70º no IDH-D – o que significa dizer que o país cai 15 posições devido à desigualdade.
O relatório aponta, porém, que o o ritmo de queda do IDH pela desigualdade vem se desacelerando: saiu de 31% em 2000, para 28,5% em 2005 e para 27,2% em 2010. Isso reflete o declínio da desigualdade em todas as dimensões.
O estudo afirma que o enfrentamento das diferenças na saúde e na educação é “uma das maiores dificuldades” das autoridades em várias partes do mundo. Na área de saúde, avalia o texto, são necessários “progra¬mas para reduzir a lacuna do acesso aos serviços públicos – como programas de vacinação – entre ricos e pobres”. Na educação, é preciso mais esforços para promover o acesso equitativo ao ensino público.
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Fonte: PNUD
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