Formação de professores para a educação inclusiva: um desafio constante

Inclusive - educação especial - ilustração de figuras humanas de diversos tamanhos e coresPor Marcirene Selzler, e Simone Félix da Costa Fontana*

Ao longo da história da educação, a escola caracteriza-se como uma instituição seletiva e elitista, que serve aos interesses de um determinado grupo da sociedade, porém, a partir de empenhos para a igualdade de direitos, a educação passa a democratizar-se. No entanto, tal acessibilidade conquistada continua a excluir, resultando em fracasso e evasão escolar, fazendo com que o baixo rendimento dos alunos se torne algo comum.

Dessa maneira a Educação Especial era oferecida em instituições especializadas que substituíam o ensino comum, assim o aluno com necessidades educacionais especiais recebia atendimento especializado, mas era marginalizado da escola regular, convivia apenas com outros alunos especiais, e não tinha acesso à classe de ensino regular, desta forma, a interpretação equivocada da nomenclatura Educação Especial excluía o direito dos alunos com necessidades educacionais especiais de freqüentar o ensino regular.

O ensino que atende os alunos com necessidades educacionais especiais é composto por um conjunto de ações entre escola, professores, coordenadores, especialistas, pais, alunos, isto é, por toda uma equipe escolar que deve empreender esforços conjuntamente para viabilizar o acesso do aluno a educação de qualidade.

Assim o currículo, a forma de avaliação, e o desenvolvimento escolar de um aluno com necessidades educacionais especiais precisam respeitar as “limitações” e valorizar as potencialidades desses alunos, pois, caso contrário, sua estada no ensino regular se torna inviável.

A escola que se denomina inclusiva é uma escola aberta à comunidade, provida de parceria e totalmente fechada às discriminações. Na escola inclusiva o processo educativo é entendido como um processo social, onde todas as crianças, jovens ou adultos com necessidades educacionais especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização.

Portanto, aponta-se a importância de preparo da equipe escolar, pois a escola é uma das instituições mais importantes da sociedade, formadora de conceitos e ideologia, esta pode formar ou “deformar” o aluno que será um futuro cidadão, desta forma, é pertinente que se não administrada da forma adequada pode se tornar um meio de exclusão, fato que não se origina somente entre os estudantes, como seria natural analisar, mas, principalmente entre os docentes que não se sentem preparados para atender os alunos com necessidades educacionais especiais e acabam por rejeitá-los e consequentemente excluí-los. Assim o desenvolvimento e a qualidade do ensino dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais não contam com garantia como existe na matrícula e permanência na escola, pois as leis garantem que os alunos especiais tenham direito à educação, mas não pode assegurar que os mesmos se sintam parte da escola, pois tal só pode ocorrer na sala de aula, na prática escolar, desta forma cabe ao professor intermediar sua socialização para que o aluno possa se sentir seguro e inserido neste contexto.

Partindo do pressuposto, de que todos têm direito à educação independentemente da diferença, mediante a obrigatoriedade legal e a articulação de políticas públicas, assim como as pressões de grupos organizados da sociedade civil que visam à universalização do ensino, por intermédio de uma educação inclusiva, existe uma grande parte da sociedade segregada do sistema de ensino, em prol de uma educação inclusiva, de qualidade.

É pertinente destacar que não só a formação de professores, mas, mediante currículos apropriados, modificações estruturais e organizacionais do espaço escolar, estratégias de ensino, recursos humanos qualificados e parceria com a comunidade, podem, de fato, contribuir significativamente para o sucesso desses educandos.

Artigo elaborado para O Jornal O Progresso.

*Autoras: Marcirene Selzer, formada em Pedagogia e Especialista em Educação, Simone Félix da Costa Fontana formada em Pedagogia e Especialista em Educação Especial: Atendimento ás Necessidades Especiais.

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Fonte: O Progresso

One Comment

  1. SENTI NESTE ARTIGO O MEU DESABAFO,MUITAS VEZES EM MINHA SALA DE AULA ME SINTO LIMITADA.É GRANDE MINHA PREOCUPAÇÃO COM ALUNOS QUE APRESENTAM DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM.GOSTARIA DE PARTICIPAR DE CURSOS DE CAPACITAÇÃO EM INCLUSÃO,COMO FORMAÇÃO CONTINUADA,ATUO NA REDE ESTADUAL DO RS,OS CURSOS OS QUAIS REALIZEI EU BUSQUEI.MAS COM CERTEZA ACREDITO QUE UM DIA CHEGAREMOS LÁ.PRFESSORA DE ENSINO FUNDAMENTAL ,CURSANDO O 4º SEMESTRE DE PEDAGOGIA.REALIZEI CURSO DE LIBRAS I E II MÓDULO,APÓS O CURSO FOI ENCERRADO NÃO CONSEGUI,SEGUIR O III,INFELIZMENTE.

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