9 milhões de mães invisíveis: o custo social e econômico de ignorar a maternidade atípica

Por Patricia Salvatori

Enquanto o Brasil se prepara para celebrar o Dia das Mães, minhas pesquisas revelam um dado que deveria mudar a forma como as empresas enxergam esta data: existem aproximadamente 9 milhões de mães atípicas no país – mulheres que são mães de pessoas com deficiência ou que são mães com deficiência. Um número maior do que a população de muitos países, mas que permanece à margem das discussões corporativas.

Os números que tenho levantado contam uma história reveladora:

🔹 70% dessas mulheres deixam o mercado formal;

🔹 86% empreendem por necessidade, não por escolha;

🔹 64% gostariam de retornar ao trabalho, se houvesse condições adequadas.

São números que evidenciam não apenas um desafio público social, mas também um potencial econômico subutilizado. Essas mulheres representam:

🔹 um mercado consumidor com demandas específicas, ainda pouco atendido;

🔹 um grupo de profissionais altamente resilientes, com habilidades valiosas para qualquer equipe;

🔹 um ecossistema de empreendedoras que poderiam fortalecer cadeias produtivas mais diversas.

Na Rede Mães Atipicas, buscamos transformar esses dados em iniciativas que promovam mudanças reais. Nossas pesquisas e ações mostram que, quando empresas e instituições se abrem para essa pauta, os resultados vão além do social – refletem-se em ambientes mais inovadores e competitivos.

Algumas das frentes em que atuamos:

📌 Workshops e sensibilização – Para ajudar equipes e gestores a entenderem as especificidades da parentalidade atípica.

📌 Feiras de negócios – Conectando empresas a fornecedoras mães atípicas, diversificando cadeias produtivas.

📌 Programas de retenção de talentos – Apoiando empresas a criarem políticas mais inclusivas para mães cuidadoras.

Este Dia das Mães, trago um convite à reflexão: Como podemos contribuir para que essas mulheres não apenas permaneçam no mercado, mas sejam reconhecidas e valorizadas em seu potencial?

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