Como parte das atividades de comemoração dos 10 anos de seu famoso sarau, a Cooperifa lançou no mês de janeiro uma revista especial. Com o apoio do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais (VAI), da Prefeitura de São Paulo, e do Itaú Cultural, a Revista Cooperifa teve 5.000 exemplares impressos que serão distribuídos gratuitamente.
Segundo Sérgio Vaz, idealizador e organizador da iniciativa, essa edição é uma espécie de “cartão de visitas” da associação. “A gente quis mostrar ao mundo o nosso trabalho, o que a gente faz, como, quem são as pessoas que estão próximas… Todas as pessoas que estão nessa revista são amigos e parceiros”, conta. A proposta, porém, é que a Revista seja uma publicação bimestral e que trate de temas relacionados à cultura e à periferia.
Além do sarau
Além do tradicional sarau às quartas-feiras no Bar do Zé Batidão, a Cooperifa organiza saraus em escolas, além do cinema na laje, onde são exibidos documentários e filmes alternativos.
A primeira edição da Revista Cooperifa traz matérias sobre estas e outras atividades, além de, é claro, textos dos poetas que participam do sarau. Há ainda uma entrevista com Heloísa Buarque de Hollanda, idealizadora da coleção Tramas Urbanas, que publica livros de autores das periferias de grandes cidades brasileiras, e um guia dos saraus que acontecem atualmente na capital paulistana.
Antônio Eleílson Leite, coordenador da área de cultura da Ação Educativa, também participa desta primeira edição como entrevistado. Ele conta um pouco sobre a relação da Ação Educativa com a Cooperifa, parceria que se inicia por volta de 2006, quando a Ação Educativa já apoiava a publicação de livros de autores que participavam frequentemente do sarau, e segue até os dias de hoje com um histórico de inúmeras atividades em conjunto. Para ele, “com a revista, a Cooperifa dá um passo muito importante para além do sarau, se configurando como um movimento cultural”.
Dez anos
Para Vaz, o significado desses 10 anos para a Cooperifa fica evidente quando se lembra que atualmente é lançado pelo menos um livro de autores da periferia em cada sarau, ou seja, no mínimo um por semana.
Além disso, com o tempo foram se somando uma série de outras atividades. “A Cooperifa se embrenhou na comunidade e fez com que as pessoas acreditassem que é possível fazer cultura longe do centro das coisas”, conta Vaz, destacando que não se trata simplesmente do centro geográfico da cidade, mas sim do centro simbólico, aquele onde as “coisas” acontecem. “Estamos cheios de calos nas mãos, suor no rosto, mas é uma coisa que a gente esta muito feliz, porque um projeto que não depende de financiamento do governo sobreviver 10 anos é muito importante”, conclui o poeta.
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Fonte: Ação Educativa