Por Vitor Castro, do Ibase
Na manhã da última quarta-feira (13) teve início o seminário “Incluindo os Excluídos na Política Global”, promovido pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase). Em coletiva para a imprensa, o pesquisador Jan Aart Scholte, da Universidade de Warwick, destacou a importância de se pensar em como aumentar a participação popular no ambiente global.
Representante da Europa Ocidental do Building Global Democracy, Scholte lembrou que nos próximos 40 anos nove bilhões de pessoas terão problemas de acesso a recursos básicos. “Hoje a gente enfrenta um desafio para se construir uma democracia global, porque temos uma dinâmica corporativa e um mercado financeiro muito fortes, que geram desigualdades em um ambiente muito pouco democrático”, afirmou.
Com a participação de vinte pesquisadores de diversos países, o propósito do evento é formular propostas para a construção de uma democracia com a inclusão dos movimentos populares e de minorias e influenciar a formulação de políticas de acesso a direitos básicos para os excluídos. Também participam do evento organizações sociais integrantes do programa Building Global Democracy, que tem como representante no Brasil o Ibase.
Para Scholte, o papel do seminário é questionar se a globalização é a morte da democracia ou se é possível reviver a democracia em um mundo globalizado. “Se vamos ter uma democracia em escala global, vamos ter que garantir que todos sejam reconhecidos e ouvidos, que todos tenham voz. Hoje muitos são excluídos: países pequenos, camponeses, pessoas com necessidades especiais, minorias sexuais, etc. Aqui nesse seminário a gente se pergunta o que pode ser feito para aumentar a participação e o controle nesse ambiente global”, finaliza.
As mesas de debate continuam até sexta-feira (15). No início da tarde desta quarta, Alfred Nhema, integrante do Centro Pan-africano de Desenvolvimento, falará sobre temas emergenciais. Em seguida, o debate será sobre a inclusão de camponeses na política Global, com apresentação de Nora McKeon, da terra nova e da Universidade de Roma III, e participação de Judith Wedderburn, da fundação Friedrich Ebert, da Jamaica.
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Fonte: IBASE