Nova consulta pública sobre direitos autorais não tem transparência, afirma pesquisador

Revisão da lei de direito autoral

Por Jéssica Santos de Souza
na Rede Brasil Atual

Modelo convencional ignora processo realizado em 2010, que contou com amplo debate usando ferramentas da internet para a construção do marco regulatório

São Paulo – Para o sociólogo e pesquisador de internet Sérgio Amadeu, a nova consulta pública aberta pelo Ministério da Cultura (MinC) sobre a Lei de Direitos Autorais nesta segunda-feira (25) segue um modelo pouco transparente. A pasta mantém consulta aberta até dia 30 de maio em um modelo diferente do adotado durante o ano passado.

Sob a gestão de Juca Ferreira, o MinC havia realizado uma consulta pública em julho de 2010 que, em dois meses, recebeu mais de 8 mil manifestações da sociedade. Amadeu destaca que a nova consulta ocorre em parâmetros convencionais, sem uma plataforma que permita o acesso das sugestões enviadas ao ministério. Assim, apenas os encarregados da sistematização têm acesso às sugestões apresentadas, sem a possibilidade de construção coletiva.

“Essa escolha demostra uma prática de pouca transparência, hoje as redes digitais permitem uma interatividade maior que não está sendo contemplada pelo ministério”, ressaltou o sociólogo, um dos representantes da sociedade civil no Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI-Br), que comitê coordena as iniciativas de serviços internet no país.

Ele ainda criticou a postura da ministra Ana de Hollanda, que estaria descartando as contribuições realizadas na consulta anterior e o fato de ela defender que especialistas analisem o anteprojeto. “A ministra está reafirmando a linha de pouca transparência de sua gestão; ela retira a sociedade civil colocando supostos especialistas para discutir as mudanças na Lei de Direitos Autorais.”

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Fonte: Rede Brasil Atual

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