25/5 – Dia Nacional da Adoção: governo e ONG empenham-se para desfazer preconceitos

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Em 25 de  maio comemora-se o Dia Nacional da Adoção. Na véspera, 24 de maio,  a ONG Aconchego, que há 14 anos trabalha pelo direito que toda criança tem de viver em família, lança em Brasília, junto com o a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, uma campanha nacional de sensibilização para estimular a adoção de crianças que crescem nas instituições de acolhimento à espera de um lar.

Preconceito e falta de informações são os principais empecilhos para que as crianças brasileiras aptas para a adoção possam ganhar uma nova família. Essa é a constatação a que levam os dados do Cadastro Nacional de Adoção, uma lista do judiciário que mostra os números das adoções no país.

“Tivemos no ano passado mais de 26,7 mil pretendentes cadastrados para a adoção em todo o país  e do outro lado da fila 4,5 mil crianças e adolescentes aptos à adoção, de acordo com números do Cadastro Nacional”, observa Soraya Pereira, presidente do projeto Aconchego, uma das instituições que oferecem cursos gratuitos para preparar futuros pais e mães de crianças adotadas, conforme prevê a lei da adoção.

A psicóloga ressalta que, entre as principais barreiras para a adoção, a idade e a cor da pele ainda são preponderantes.  O Cadastro Nacional de Adoção revela que mais de 90% dos brasileiros ainda preferem adotar crianças brancas e menos de um terço aceita crianças negras. No entanto, entre os meninos e meninas que crescem nas instituições de acolhimento 65% são afrodescendentes. “A  maioria das famílias habilitadas também quer crianças com menos de 2 anos de idade e a realidade dos abrigos é outra”, conclui a presidente do Aconchego com base nos números do Cadastro Nacional.

Além disso, mais de 80% dos pretendentes à adoção querem um único filho, enquanto mais de 75% das crianças abrigadas possuem irmãos. Também não é desprezível o número de crianças que possuem problemas de saúde: foram registradas no ano passado quase 950 – mais de 20% do total.

Distrito Federal: mais de duas famílias por criança

De acordo com dados da Primeira Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal, 395 famílias estão cadastradas e habilitadas para a adoção no DF, enquanto o número de crianças que podem ser adotadas chega a 163. Os números seriam animadores, perfazendo a proporção de cerca de 2,5 famílias para cada criança.

“Porém, desse total, cem são adolescentes, com idade entre 12 e 18 anos incompletos. E, quanto às famílias,  369 delas só querem adotar crianças com no máximo 2 anos e que não sejam negras”, explica o  psicólogo do Juizado da Infância e Juventude , Walter Gomes, ressaltando que, atualmente, no DF, não há nenhuma criança que possa ser adotada com as características desse filho imaginado pelos candidatos.

No DF, 98% das famílias querem acolher crianças com até 2 anos, que sejam saudáveis, que não sejam negras e que não tenham irmãos. Porém, 65% das crianças cadastradas para adoção têm irmãos.

Assim, sobram famílias dispostas a adotar, mas, na prática, falta quem acolha em seu lar crianças com idades e biotipos que fazem maioria nas instituições. “Crianças com esse perfil não despertam interesse das famílias dispostas a adotar”, resume Gomes, acrescentando que, além disso, a adoção tardia (acima de 3 anos), ainda é alvo de muito preconceito.

Porém, o preconceito parece estar arrefecendo um pouco mais. Comparando os números de adoções tardias no Distrito Federal, ele mais do que dobrou nesses primeiros meses de 2011 com relação a 2010. “De janeiro até maio desse ano, já temos 26 crianças com mais de três anos de idade em estágio de convivência. Já em todo o ano de 2010, foram apenas 11 crianças a serem beneficiadas com a adoção tardia”, indica Gomes. Ele atribui essa melhora aos cursos de preparação para a adoção, feitos pela Vara da Infância e Juventude e pelo Aconchego. “Há dez anos, a adoção tardia era uma escolha rara”, comemora.

E para que um número cada vez maior de crianças e adolescentes possam ter garantido o direito de serem chamados de filhos é que o Aconchego lança a campanha nacional ‘Adoção: família para todos’  com o apoio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O objetivo é mostrar a adoção como um direito da criança destituída do poder familiar. E que adoções que nem sempre correspondem ao filho imaginado podem, sim, dar muito certo.

Serviço para a imprensa

24/05/2011    –      Auditório do Palácio do Planalto

19h30 –  Abertura com Roberto Carlos Ramos, o Contador de Histórias, vai contar a sua própria história. Pedagogo mineiro, cresceu na antiga Febem e foi adotado aos 13 anos. Sua história virou filme e hoje ele tem vários filhos por adoção, todos, como ele, considerados ‘inadotáveis’.

20h15 – Exibição do vídeo da campanha “Adoção: Família para Todos” : documentário de 5 minutos sobre adoções que fogem do padrão e deram muito certo, produzido pelo Aconchego, em parceria com a Universidade Católica de Brasília.

20h30 – Soraya Kátia Rodrigues Pereira, presidente do Projeto Aconchego

20h45 – GILBERTO CARVALHO ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República

21h00 – MARIA DO ROSÁRIO ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

Contatos para a imprensa e marcação de entrevistas

Jornalistas voluntárias do Aconchego

Débora Pinheiro – (61) 9312 0575 – pindebora@gmail.com

Helena Martinho – (61) 9181-4144 –  helenaealex@hotmail.com

Fonte – Aconchego

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