Letramento de reexistência

Dia 7 de Julho de 2011
19:30h as 21:30h
Local: Ação Educativa
Rua General Jardim 660 – Vila Buarque – São Paulo

Minha família mineira, negra, festeira e falante, movimento negro, sociologia, educação de jovens e adultos, formação de educadores, docência universitária, linguística aplicada e… proximidade com ativistas do universo hip-hop.  Horas e horas de conversas, risos, brigas e reflexões – em especial com Dimenor, Débora, LGe, Natas, Soneca.

A tese caracteriza o movimento cultural hip hop como uma agência de letramento e seus ativistas, em suas comunidades de pertença e naquelas em que estão em contato, como agentes de letramento. Tomando por base uma perspectiva sócio-histórica, as análises dos dados explicitam que os letramentos singulares praticados pelo grupo de participantes da pesquisa têm lhes permitido redimensionar suas identidades, ressignificando papéis e lugares sociais a eles atribuídos por uma sociedade ainda marcada por desigualdades raciais e sociais. As análises evidenciaram uma reinvenção de práticas de uso da linguagem que os sujeitos realizam levando em conta as experiências educativas – de que compartilham na esfera escolar, como estudantes – que nem sempre têm precedentes em seus grupos de origem, aquelas produzidas na esfera do cotidiano e aquelas engendradas pelos movimentos sociais negros, tornando-as próprias, o que pode contribuir para instaurar mudanças nos cenários complexos que caracterizam a sociedade contemporânea. A configuração desse conjunto de práticas sociais da língua escrita e oral mostra-se não linear, multimodal, heterogêneo e criativo: o que na tese nomeio letramentos de reexistência, porque responsivamente contestam, criam, propõem alterações nos espaços já ratificados e legitimados em relação aos usos da linguagem.

Fonte: Ação Educativa/Geledés

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