A luta pelos direitos das pessoas com deficiência, os avanços e desafios das políticas de inclusão e discussões sobre independência marcaram o segundo dia do VI Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down, que acontece no Centro de Convenções de Olinda, em Pernambuco.
Breno Viola, coordenador de Conteúdo Acessível do Movimento Down, fez parte da mesa “Na era dos direitos: a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência”. Viola, que voltaria a se apresentar durante a tarde, falou sobre os principais artigos da Convenção da ONU e se emocionou ao final de sua apresentação. “Quero agradecer à todas as pessoas com síndrome de Down que estão me assistindo”.
Rebecca Nunes, do Ministério Público do Rio Grande do Norte, explicou que a Convenção foi aprovada no Brasil como se fizesse parte da Constituição Federal, uma vitória importante na luta contra o preconceito. Para ela, a grande inovação do documento foi enfatizar a necessidade de dar oportunidades para que as pessoas com deficiência sejam incluídas na sociedade com autonomia e independência. “As pessoas com deficiência eram aceitas pela sociedade desde que alcançassem um determinado padrão de “normalidade”. Essa Convenção trouxe um modelo social. A sociedade é que tem que adaptar e oferecer serviços diferenciados para que essas pessoas tenham igualdade de oportunidades em relação às outras pessoas que não têm deficiência”.
Moção aprovada em defesa da educação inclusiva
Na mesma mesa, Eugênia Gonzaga, procuradora da República de São Paulo, ressaltou a importância da Convenção para a educação inclusiva. “Depois de tantos anos de debates sobre educação inclusiva, se uma escola diz que não está preparada, ela não quer estar preparada. Quero reforçar que o direito à educação presente na Convenção é inviolável”, afirmou.
Também em defesa de uma educação de qualidade e acesso a todos, Waldir Macieira, Promotor do Ministério Público do Pará, propôs e aprovou uma moção pedindo a reformulação na meta 4 do texto sobre o Plano Nacional de Educação, que deverá ser votado pelo Senado em breve. “O texto anterior previa a universalização do atendimento escolar especializado em toda a rede pública, o atual não garante essa estrutura”, destacou.
Filme “Cromossomo 21” busca recursos para lançamento nacional
O segundo dia do Congresso começou com a apresentação do trailer do filme “Cromossomo 21”, que narra a história de amor entre uma menina com síndrome de Down e um rapaz sem a síndrome. Adriele Lopes, que interpreta a protagonista do filme, contou que esteve envolvida com as filmagens por dois anos e adorou o resultado de seu trabalho. “Não é fácil atuar, mas foi maravilhoso participar do filme. Tem que ter muito profissionalismo e técnica. Para fazer um filme, tem que ter garra, coragem e ir à luta”. Neste momento, a produção busca recursos para que haja um lançamento nacional.
Movimento Down em pauta
A tarde contou com uma mesa temática sobre a experiência do Movimento Down. Debora Mascarenhas, que atua na coordenação do Movimento, falou ao público sobre a atuação do projeto em diversas frentes, como a difusão de informações no portal www.movimentodown.org.br, o censo sobre a trissomia na Maré (RJ) e o relacionamento com diferentes públicos por meio do e-mail contato@movimentodown.org.br e do Facebook, além do compromisso com a comunicação acessível.
Por falar nisso, Breno Viola, nosso coordenador de Conteúdo Acessível, voltou a se apresentar e arrancou aplausos da plateia ao falar sobre sua atuação no Movimento Down e sobre a necessidade de autonomia para todas as pessoas que têm síndrome de Down. “Temos que falar por nós mesmos, ser independentes e lutar pelos nossos sonhos”.
Inclusão e diversidade
Na palestra seguinte, Claudia Werneck, Presidente da Escola de Gente, lançou uma provocação: “Quanto mais inteligente for uma pessoa, mais humana ela será?”.
Para Werneck, é preciso construir uma sociedade inclusiva a partir da realidade, sem omitir as particularidades e limitações de cada um. “Até hoje, estamos tentando fazer a inclusão com base em pessoas que só existem na nossa imaginação. Se eu pudesse, acrescentaria um direito aos direitos humanos: que toda criança pudesse conhecer a humanidade como ela é”.
Entre os demais destaques da programação, houve palestras sobre moradias assistidas, qualidade de vida na terceira idade, aprendizagem profissional como instrumento de inclusão no trabalho, sexualidade da pessoa com síndrome de Down e o valor do esporte para a saúde física e mental. O Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down termina neste sábado.
Fonte: Movimento Down
Parabéns, pela belíssima reportangem.Quanto ao enunciado que a escola não está preparada, reafirmo que a maioria das escolas não tem preocupação em se preparar para receber a inclusão. A inclusão é importantíssimo e precisamos lutar por uma causa justa, com respeito a todas pessoas portadoras de algum tipo deficiência.
Aparecida Nunes – Barão de Cocais – MG