
Enquanto se constroem mais e mais rodovias no Brasil, mais cidades param, estancadas em engarrafamentos. Para discutir alternativas a este modelo rodoviário cuja aposta foi feita desde o século passado, a jornalista Natalia Garcia e a artista plástica Juliana Russo percorreram, nos últimos dois anos, 12 cidades pelo mundo. Financiadas por crowdfunding (uma espécie de financiamento por multidão, como alternativa aos apoios convencionais de governos e empresas), elas criaram o projeto Cidades para Pessoas, com o objetivo de registrar boas soluções de mobilidade urbana.
Essa e outras histórias foram abordadas no programa Sala de Notícias, do Canal Futura, em um episódio sobre movimentos de cicloativistas espalhados pelo Brasil. O que eles querem? Apoio de políticas públicas para transformar a bicicleta em um meio de transporte viável, e não apenas equipamento de lazer. Em cidades como São Paulo, por exemplo, há quem gaste mais tempo para se locomover de carro do que de bicicleta. “A velocidade média em São Paulo é de 13 km/h na hora do rush, para se ter uma ideia é mais lento do que uma galinha”, disse a jornalista Natália Garcia ao programa. Para brincadeira, mas não é. E o mesmo começa a acontecer no Rio de Janeiro e em outras capitais.
Enquanto isso, o governo continua apostando na redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os automóveis. Ou seja, as ruas incham e o tráfego se torna ainda mais complicado. Por outro lado, o incentivo ao uso de meios alternativos é muito pequeno. Faltam ciclovias, sinalização e campanhas educativas. Além isso, são poucos os projetos de intermodalidade, que combinam o uso da bicicleta com outros modais, como o trem e o ônibus. O jeito, dizem os ciclistas, é que a sociedade vá para as ruas, como forma de pressão aos governos. Já deu certo em muitas cidades pelo mundo.
Fonte: Canal Ibase