É no nordeste que vivem 16,8% das pessoas com deficiência no Brasil, segundo o Censo Demográfico IBGE 2000
Para avançar na criação de um movimento pró-inclusão entre adolescentes e jovens com e sem deficiência de escolas e universidades públicas e também de projetos sociais, a Escola de Gente renovou parceria com a Coordenadoria para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde) da Secretaria de Estado de Direitos Humanos da presidência da República. Desse modo, a organização fortalece atuação no Nordeste e contribui para que a juventude brasileira com deficiência saia da invisibilidade social. No ano de 2007, a Escola de Gente realizou 16 Oficinas Inclusivas no Maranhão e Amazonas com o apoio da Corde. Até junho de 2008, terá realizado 16 Oficinas Inclusivas no Piauí e na Bahia
Em Teresina, no Piauí, cidade na qual os(as) Oficineiros(as) da Inclusão da Escola de Gente já realizaram seis Oficinas Inclusivas dos dias 28 a 30 de abril, para um público de quase 120 jovens, a expectativa é que a sensibilização promovida pelas Oficinas Inclusivas seja multiplicada para cerca de 500 jovens nos próximos meses. Para isso, a Escola de Gente contou e conta com o apoio da Coordenadoria Estadual de Inclusão da Pessoa com Deficiência do Piauí (Ceid) e da Gerência de Educação Especial da Secretaria de Educação e Cultura (Seduc). O trabalho dos Oficineiros(as) da Inclusão em Teresina foi organizado em parceria com o Comitê de Articulação Social Outra Margem.
Equipe da Escola de Gente – Participaram da empreitada a coordenadora do projeto, Oficineira da Inclusão e jornalista da Escola de Gente Danielle Basto; o Oficineiro da Inclusão e pedagogo David de Oliveira; e a Oficineira da Inclusão e jornalista Flavia Martins. A Secretaria Técnica de Gestão do Conhecimento da Escola de Gente e especialista em inclusão Rosane Lowenthal supervisionou o trabalho dos(as) Oficineiros(as) da Inclusão em Teresina.
Mobilização local – O projeto mobilizou a mídia local e reuniu jovens de 17 escolas, universidades e organizações sociais. Danielle Basto e Rosane Lowenthal também se reuniram com Rejane Dias, primeira-dama e Coordenadora da Coordenadoria Estadual de Inclusão da Pessoa com Deficiência e Viviane Faria, gerente de Educação Especial da Secretaria de Educação e Cultura. Nos encontros, conversaram sobre a importância de mobilizar os(as) jovens para buscar soluções que visem garantir o direito a participação de pessoas com deficiência em todos os espaços educacionais, sociais e políticos.
Acessibilidade – As Oficinas Inclusivas contaram com intérpretes da Língua de sinais brasileira (Libras), materiais em braile e áudio.
Região Nordeste – A escolha das cidades de Piauí e Feira de Santana foi realizada pela Escola de Gente e Corde para a realização do projeto Oficineiros(as) da Inclusão – Fase II a partir de informações do Censo Demográfico de 2000 (IBGE). É no nordeste que se encontra o maior percentual de pessoas com deficiência do Brasil. O estado do Piauí é o terceiro estado que apresenta o maior percentual de pessoas com deficiência em relação à população total, 17,4%. Os dois primeiros são Paraíba (18,7%) e Rio Grande do Norte (17,6). As regiões Norte, Sul, Centro-Oeste e Sudeste têm respectivamente, 14,7%; 14%,35; 13,9% e 13,1% de pessoas com algum tipo de deficiência na população.
Educação inclusiva – Dados do Ministério de Educação (MEC) de 2006 indicam que o número de escolas e classes especiais vêm caindo no Brasil; no ano de 2002, eram 73,6%; em 2006, eram 44%. Já o número de escolas regulares e classes comuns tem crescido, 2002, 26,4% e 2006, 56%. No entanto, mesmo com este avanço, cerca de 52% dos alunos com deficiência em classes comuns, estudam sem apoio pedagógico especializado. Estes dados reforçam a importância de jovens com e sem deficiência serem sensibilizados para esta situação e assim, em conjunto, poderem reivindicar uma escola de qualidade.
O projeto Oficineiros(as) da Inclusão atua para romper com o chamado “ciclo de invisibilidade” a que estão sujeitas pessoas com deficiência em todos os cantos do mundo, principalmente nas comunidades pobres nas quais vivem em percentual muito elevado.
Conteúdos – Para que os(as) jovens participantes das Oficinas Inclusivas pudessem se aprofundar nos temas apresentados, foram distribuídos Manual da Mídia Legal 1 – Comunicadores(as) pela Inclusão, Manual da Mídia Legal 5 – Comunicadores(as) pela Não-discriminação, além de serem sorteados Cds com o Rap Oficineiros(as) da Inclusão e exemplares dos livros Você é Gente? e Quem cabe no seu TODOS?, ambos escritos por Claudia Werneck, jornalista e superintendente geral da Escola de Gente, e Direito das Pessoas com Deficiência – Garantia de Igualdade na Diversidade, escrito pela procuradora da República no estado de São Paulo e conselheira da Escola de Gente Eugênia Augusta Fávero. Os(as) jovens com deficiência visual ganharam o mesmo material em braille ou em versão digital.
Convenção da ONU – A recém homologada Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas foi um dos assuntos abordados com os(as) participantes das Oficinas Inclusivas, que refletiram por meio de jogos e dinâmicas sobre o conceito de inclusão, descrito na Resolução 45/91, também da ONU, e o Decreto nº 5296/04, que estabelece normas de acessibilidade no país.
Impactos – Para dar continuidade ao trabalho com os(as) jovens que participaram das Oficinas Inclusivas, a Secretaria de Educação Especial da Secretaria Estadual de Educação e Cultura os(as reunirá sistematicamente como uma das atividades da Rede de Apoio à Inclusão. Fazem parte desta rede de atendimento o de Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (Cap), o Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e Atendimento às Pessoas com Surdez (Cas), o Centro de Profissionalização Integrada (Cepi) e o Centro de Habilitação Ana Cordeiro.
Continuidade do projeto no ano de 2008 – Em junho, também em parceria com a Corde, os(as) Oficineiros(as) da realizarão s 10 Oficinas Inclusivas em Feira de Santana, Bahia.
