O Diário Maringá
Escolas públicas estão se adaptando para receber alunos com necessidades especiais; algumas unidades já trabalham com este público, em número reduzido
A menina Nayara, 13 anos, é um exemplo de como é possível a inclusão de alunos com necessidades especiais (que apresentam deficiências visuais, auditivas, mentais ou de locomoção) no ensino regular, em Maringá.
Nayara sofreu paralisia cerebral, que limitou os movimentos, mas não seu acesso à 5ª série do Colégio Estadual Alfredo Moisés Maluf, na zona norte da cidade.
A garota estuda em uma sala com 25 alunos. Para recebê-la, o colégio sofreu adaptações simples: foram construídas rampas de acesso para que a cadeira de rodas da menina pudesse chegar à sala de aula.
“A estrutura física não é empecilho para a inclusão”, explica a integrante da equipe pedagógica da Educação Especial, do Núcleo Regional da Educação, em Maringá, Elizabeth Dalosse Francisco.
Por outro lado, Elizabeth, considera que, no momento, as escolas estaduais ainda estão se qualificando para acolher os alunos com necessidades especiais.
“Não posso dizer que todas as escolas estão preparadas para receber os estudantes”, admite. Mas a pedagoga ressalva que a adaptação de todas as escolas é questão de tempo.
O quadro de professores do colégio em que Nayara estuda é composto por cerca de 80 profissionais, sendo que apenas três são qualificados para atender alunos com necessidades especiais.
Aproximadamente 1,4 mil estudantes estão matriculados no Colégio Alfredo Moisés Maluf, sendo dois especiais.
Elizabeth afirma que os alunos com necessidades especiais matriculados em escolas do Estado têm toda a assessoria dos professores e contam com centros de apoio e salas de recurso, que atendem os alunos em horário contrário à aula.
“Um especialista em Educação Especial pode trabalhar conteúdos anteriores com o estudante para que ele obtenha sucesso nas disciplinas trabalhadas em sala de aula.”
Dentro da sala de aula, Nayara utiliza um computador adaptado à deficiência de coordenação motora dela e tem à disposição uma professora de apoio permanente, que dá assessoria pedagógica e esclarece as dúvidas da aluna.
Os demais alunos, segundo Elizabeth, recebem muito bem os colegas com necessidades especiais e estão muito mais preparados para aceitá-los do que a sociedade adulta.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal da Educação, solicitando informações sobre o processo de inclusão de alunos especiais no ensino regular, mas, até as 21 horas desta terça-feira, não obteve retorno.