Cadê a educação para prevenir o abuso?

menino e menina com a cara enfezada, vestidos, cobrindo as partes íntimas. texto: não podem tocar nas minhas partes íntimas.

Os dados do Atlas da Violência 2024 mais uma vez confirmam o que estamos cansados de saber. A violência sexual é maior entre as crianças até 14 anos e ocorre dentro de casa.

Com relação às pessoas com deficiência, os maiores índices de notificação são contra pessoas com deficiência intelectual, sendo que uma em cada três pessoas com esse tipo de deficiência sofre abuso sexual na idade adulta.

Mas parece que continuamos sem querer enxergar esta realidade. Senão, estaríamos gritando para que a educação inclusiva para prevenção contra a violência fizesse parte do currículo desde a creche. Sim, desde a creche. 10% das vítimas de estupro são crianças de 0 a 4 anos. Duro ler as estatísticas, não é?

E o que estamos fazendo sobre isso?

Além de garantir que meninas que engravidam por estupro não sejam ainda mais martirizadas do que já são para ter acesso ao aborto legal, conforme a legislação, precisamos parar de correr atrás de tanto prejuízo e investir em prevenção.

Meninas e meninos estão sendo abusados sem saber que isso é errado.

Precisamos ensinar às crianças quais são as partes íntimas desde cedo, de maneira natural, assim como aprendem a nomear cabeça, ombro, joelho e pé. Devemos alertar que as partes íntimas ficam cobertas, que ninguém deve tocar nelas e que não devem guardar segredo.

Os adultos também precisam ser educados. Devem ser pessoas de confiança, que sabem conversar, observar sinais, estar abertos e disponíveis para o diálogo, acreditar na palavra da criança, acolhê-la e protegê-la.

Ao encontrar uma criança fortalecida por informação e uma família atenta à sua segurança, agressores vão pensar duas vezes antes de se aproximar.

É claro que não se espera que uma criança pequena e indefesa se proteja sozinha. Mas imagine quantas se salvariam sabendo reconhecer situações de perigo e o que fazer, caso elas aconteçam.

Patricia Almeida é coautora do Eu Me Protejo – educação inclusiva para prevenção contra a violência na infância

Atlas da Violência 2024 organizado pelo IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública

https://apidspace.universilab.com.br/server/api/core/bitstreams/755afa27-702c-4558-a2f5-7bcfa1dcf5e6/content

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Patricia Almeida é coautora do Eu Me Protejo – educação inclusiva para prevenção contra a violência na infância

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