Justiça determina adaptação do vestibular da UFBA para deficientes auditivos

GIULLIANA BIANCONI

colaboração para a Folha Online

Os deficientes auditivos que irão prestar vestibular no final do ano para a UFBA (Universidade Federal da Bahia) encontrarão uma prova adaptada, graças a uma decisão da Justiça Federal do Estado. A sentença é resultado de uma ação do MPF (Ministério Público Federal da Bahia) que solicitava mudanças no processo seletivo para quem possui a deficiência.

Isso significa que, a partir deste vestibular, a instituição será obrigada a indicar a condição de candidato com deficiência e, no momento da avaliação, garantir que haja intérpretes e professores preparados para viabilizar a compreensão da prova pelo deficiente. A universidade afirmou que não pretende recorrer da decisão judicial.

A instituição também deverá adotar critérios diferenciados de correção das provas discursivas e de redação, providenciar salas para atender necessidades específicas desses candidatos e estender a duração das provas por 30 minutos –exclusivamente para estudantes com limitações.

Mudanças

De acordo com o diretor de serviço de seleção da UFBA, Nelson Almeida, a universidade irá analisar a resolução com cautela, mas não tem qualquer interesse em se opor. Almeida enfatizou que no vestibular 2008 já foram implementadas algumas dessas medidas. ‘A presença de um intérprete e a ampliação do tempo de prova para os deficientes auditivos, por exemplo, já são práticas da universidade’ , afirma ele.

Quanto à adoção de critérios diferenciados para a correção de provas, defendida pelo autor da ação, procurador Sidney Madruga, Nelson Pereira diz que sua equipe ainda irá avaliar a questão para ver se a decisão judicial corresponde ao critério já adotado pela instituição.

Madruga –que está fora do Brasil e não foi localizado pela reportagem– propôs a ação em maio do ano passado. Ele defende, segundo o Ministério Público Federal, que a manutenção dos critérios atuais de admissão de deficientes auditivos não garante igualdade de acesso e permanência nas instituições quem tem limitações.

A ação ganhou força quando o MPF apurou que a UFBA, ao realizar a correção das provas do vestibular, valoriza mais a estrutura do texto do que o conteúdo. Madruga defende que, dessa forma, as pessoas com deficiência auditiva são prejudicadas, pois a primeira língua dos surdos é a Libras (Língua Brasileira de Sinais), que possui estrutura diferente do português.

Fonte tirada: http://www1. folha.uol. com.br/folha/ educacao/ ult305u412899. shtml


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