IP/08/994
Bruxelas, 23 de Junho de 2008
“Envelhecer bem”: Comissão Europeia liberta 600 milhões de euros para o desenvolvimento de novas soluções digitais destinadas aos idosos europeus
Em 2020, 25% da população da UE terá mais de 65 anos. Para dar resposta a este crescente desafio demográfico, o Conselho de Ministros aprovou hoje um plano da Comissão destinado a tornar a Europa um centro para o desenvolvimento de tecnologias digitais que ajudem os idosos a manter uma vida autónoma em casa. A proposta, apresentada pela Comissão em 14 de Junho de 2007, disponibilizará cerca de 150 milhões de euros suplementares para financiar um novo programa comum de investigação europeu, elevando assim o investimento total acima dos 600 milhões de euros. Com este novo programa, as empresas poderão desenvolver produtos e serviços digitais altamente inovadores para melhorar a vida dos idosos em casa, no local de trabalho e na sociedade em geral. Dispositivos inteligentes para reforçar a segurança em casa, soluções móveis para a monitorização de sinais vitais e interfaces conviviais para as pessoas que sofrem de deficiências visuais ou auditivas irão, todos eles, melhorar a qualidade de vida dos idosos e das suas famílias, bem como as suas carreiras. O plano tinha sido já aprovado pelo Parlamento Europeu em 13 de Março, em primeira leitura (Relatora: Neena Gill). 20 Estados-Membros e ainda Israel, Noruega e Suíça participarão neste programa comum de investigação.
“Não há razão para que os idosos na Europa fiquem excluídos dos benefícios das novas tecnologias. As soluções e os serviços resultantes deste programa ajudá-los-ão a manter-se activos na sociedade e a conservarem os seus contactos sociais e a sua autonomia por mais tempo”, afirmou Viviane Reding, Comissária Europeia para a Sociedade da Informação e os Media. “Representando uma parte dos mil milhões de euros a gastar pelos Estados-Membros e o sector privado nas actividades de investigação e inovação neste domínio, este programa ajudará as empresas europeias a responder melhor às necessidades dos nossos idosos, criará novas e grandes oportunidades de negócio e oferecerá soluções que ajudarão as autoridades públicas a tornar os nossos sistemas de saúde e de segurança social sustentáveis no futuro”.
Pensa-se que, nas próximas décadas, a despesa com pensões, cuidados de saúde e cuidados prolongados aumentará 4 a 8% do PIB. Dado que a despesa total deverá triplicar até 2050, muitos países estão já à procura de soluções sustentáveis. Esta é a oportunidade económica para as empresas europeias desenvolverem tecnologias destinadas aos idosos europeus, que são também consumidores importantes, já que a sua riqueza total ultrapassa os três biliões de euros.
Até 2013, a Comissão, os Estados-Membros e o sector privado irão investir conjuntamente mais de 1000 milhões de euros em actividades de investigação e inovação para se “envelhecer bem”, incluindo-se nesse montante 600 milhões de euros provenientes do novo Programa Comum de Investigação e 400 milhões do Sétimo Programa-Quadro de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico. Os principais objectivos são gerar uma poupança significativa nos cuidados de saúde e na segurança social, criar um forte centro industrial para as TIC no domínio do envelhecimento na Europa e proporcionar melhor qualidade de vida aos idosos (nomeadamente através de tecnologias domésticas inteligentes de controlo à distância do aquecimento, da iluminação ou mesmo das reservas de alimentos, sistemas de alarme electrónico ou ainda equipamentos de saúde à distância). A Europa está em boa posição para se tornar um mercado pioneiro nas tecnologias para “envelhecer bem”, criando oportunidades à escala mundial para as empresas europeias do sector das TIC.
As actividades de investigação e inovação da UE neste domínio apresentam já um historial de sucesso na criação de soluções TIC inovadoras para idosos. Dois bons exemplos são o MobilAlarm, um serviço de localização que permite aos idosos fazer uma chamada de alarme e obter assistência onde e quando necessitarem ou pretenderem, e I2HOME, o primeiro telecomando normalizado do mundo para aparelhos domésticos, tornando os televisores, sistemas de aquecimento, fornos de microondas e máquinas de lavar mais acessíveis para as pessoas com deficiências físicas ou cognitivas.
Informações gerais:
A participação no Programa Comum de Investigação (denominado “Assistência à Autonomia no Domicílio”) hoje adoptado é o resultado do empenho da União Europeia na realização de uma sociedade da informação para todos (IP/07/1804). Ao mesmo tempo, um dos objectivos do plano de acção da Comissão “Envelhecer bem na sociedade da informação” (IP/07/831) é uma maior acessibilidade em linha.
A UE investe hoje mais de 1000 milhões de euros em actividades de investigação e inovação para se “envelhecer bem”: cerca de 600 milhões no Programa Comum de Investigação, cerca de 400 milhões previstos no âmbito do mais recente programa-quadro comunitário de investigação e mais de 50 milhões, até agora, no programa comunitário de apoio à política das TIC. Este programa é uma “iniciativa a título do artigo 169º” (do Tratado da União Europeia) cujo objectivo é reforçar a cooperação no domínio da investigação entre os Estados-Membros mediante o recurso a fundos complementares da UE.
Participam neste novo programa comum de investigação comunitário os seguintes países: Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Irlanda, Grécia, Espanha, França, Itália, Chipre, Luxemburgo, Hungria, Países Baixos, Áustria, Polónia, Portugal, Roménia, Eslovénia, Finlândia, Suécia e Reino Unido, bem como Israel, Noruega e Suíça. A Lituânia manifestou também interesse em aderir ao programa.
Para mais informações:
http://ec.europa. eu/einclusion