Palavras sem Fronteiras invadem o Museu da Língua Portuguesa

Exposição baseada na obra do embaixador Sergio Corrêa da Costa entra em cartaz no
dia 06 de abril e interage de maneira inédita com acervo permanente do museu.

Pela primeira vez em três anos de existência, que se completam em 21 de
março, o Museu da Língua Portuguesa lança uma exposição que se confunde com
seu próprio acervo, ocupando os espaços da Grande Galeria, Auditório, Praça
da Língua e até a Livraria da Imprensa Oficial. Trata-se de *Palavras sem
fronteiras – Mídias Convergentes*, que entra em cartaz no dia *06 de abril *e
é baseada na obra do embaixador e membro da Academia Brasileira de Letras
Sergio Corrêa da Costa, falecido em 2005.  A realização é da Secretaria de
Cultura do Governo do Estado de São Paulo e da Poiesis – Organização Social
de Cultura que administra o museu.

Com curadoria de Maria Eugênia Stein e de Julio Heilbron, da EMC – Marketing
Cultural, a mostra, que vai até *14 de junho*, apresenta palavras que
transitam por diferentes idiomas sem perder seus significados originais.
Dividida em quatro módulos, utiliza o conceito de mídias convergentes, ou
seja, a união de imagem, palavra, som e tecnologia digital.

“Esta exposição revela, de maneira moderna e dinâmica, como as palavras se
movem e se mesclam a diversos idiomas, tão distintos como português e árabe,
mas sempre mantendo o significado original. Certamente, enriquecerá ainda
mais a visita ao Museu da Língua Portuguesa e surpreenderá o visitante”,
afirma Antonio Carlos Sartini, diretor do museu.

Para a curadora Maria Eugênia Stein, “a montagem da exposição *Palavras sem
fronteiras – Mídias Convergentes*, busca integrar, pela primeira vez, uma
mostra inovadora com as concepções virtuais da Grande Galeria e da Praça da
Língua, principais espaços expositivos do museu. O objetivo é compatibilizar
conteúdos e tecnologias por meio de intervenções pontuais, em concordância e
estreita sintonia com a percepção museográfica original da instituição”.

A primeira concepção de *Palavras sem fronteiras*, com linguagem multimídia
e recursos tecnológicos de última geração, cuidadosamente selecionados com o
propósito de transmitir os efeitos e impactos imaginados, foi realizada em
2007 nas dependências da Biblioteca Rodolfo Garcia, da Academia Brasileira
de Letras, uma das mais modernas e bem equipadas do país, e alcançou
expressivo sucesso.

Sobre a obra Palavras sem fronteiras

Sergio Corrêa Costa sempre foi um apaixonado pela língua francesa, herança
de sua mãe. E em 45 anos de carreira, nunca tinha passado nem um só mês na
França. Quando se aposentou, se estabeleceu em Paris. E foi lá que surgiu a
idéia de buscar palavras e expressões em francês que ultrapassavam suas
fronteiras e foram ganhando o mundo. Inicialmente sem grandes pretensões, o
projeto tomou corpo e acabou virando uma obra de referência no campo do
vocabulário  universal.

A obra* Palavras sem fronteiras* é, nas palavras do próprio embaixador, “uma
coleção de palavras que viajam pelo mundo”. Publicada originalmente na
França sob o título *Mots sans Frontières por Éditiions Du Rocher*, em 1999,
obteve no mesmo ano o Grande Prêmio da Fundação Prince Louis de Polignac. No
Brasil, o livro foi editado em 2000, pela Editora Record, e contém um índice
com três mil palavras e expressões e 16 mil exemplos de seus empregos. O
material foi recolhido pelo embaixador durante dois anos em jornais de 15
países, de oito línguas, que refletem 46 idiomas e acabam por integrar uma
espécie de “vocabulário sem fronteiras”, que aumenta sem cessar e aproxima
as culturas.

Corrêa da Costa coletou palavras com vocação cosmopolita, ou seja, que
viajaram intactas ou com mínima variação para as demais línguas e se
incorporaram a elas. Hoje, podemos pedir no mundo inteiro um *capuccino*, ou
uma *pizza*, um *carpaccio*, *lasanhas*, um *expresso*. Os *grafitti*, os *
paparazzi*, as *prima donnas*, as *divas*, os *dilettantes*, a *extravaganza

  • , o *imbroglio* fazem parte de nossas vidas. Quem não se interessa pela *dolce

vita*, o *farniente*, os *gran finales*, até as proezas da *Mafia* ou dos *
maffiosi*?

Sobre a exposição

A mostra* Palavras sem Fronteiras* ocupa os segundo e terceiro andares do
museu. Ao sair do elevador e entrar no saguão do segundo andar, no entorno
da Árvore da Palavra, o visitante já se depara com o primeiro módulo: um
painel sobre o livro, o escritor e as palavras sem fronteiras. O espaço terá
ainda duas telas de plasma. Uma apresentará momentos importantes da vida do
escritor e a outra mostrará como a pesquisa foi realizada.

O próximo módulo será apresentado na  Grande Galeria – o telão de 106
metros. Entre os intervalos das projeções, uma animação gráfica com as
palavras sem fronteiras. Sons de termos em diversas línguas compõem a trilha
sonora desse módulo. São quatro filmes de cada vez, um ao lado do outro,
cobrindo todo o comprimento da galeria.

O terceiro módulo poderá ser visto no auditório e na Praça da Língua  do
Museu da Língua Portuguesa, localizados no terceiro andar. Serão
apresentadas 12 criações de videopoesia de profissionais que têm se
notabilizado nessa modalidade de expressão artística. Cada artista convidado
interpreta simbolicamente, em linguagem virtual, uma das palavras
identificadas pelo autor, considerando, além dos aspectos artísticos, a
fidelidade ao conceito e aos componentes socioculturais contidos na
proposta. As sessões no auditório serão apresentadas quatro vezes ao dia,
duas de manhã e duas à tarde: 11h e 12h30, 14h e 15h30, respectivamente.

Algumas das palavras selecionadas e respectivos videoartistas:

  • Abat-jour (fr); abajur (po) – Walter Silveira

Barroco (po); baroque (fr, in); Barok (al) – Marcos Bonisson
Chérubin (hebreu); querubim (po) – André Vallias
Samba (po); samba (fr,in) – João Bandeira
Sertão (po); sertão (fr,in) – Gabriel Tupinambá*

Após assistir a estes vídeos, o visitante irá ver, nos mesmos horários
citados acima, animações com palavras sem fronteiras na Praça da Língua.
Elas serão projetadas no teto da praça, envolvem todo o espaço criando, com
seus movimentos e sincronismo,  a sensação de um ambiente quase holográfico.
Essas animações estão divididas por lugar de origem dessas palavras
(inglesas, latinas, francesas, etc.). As sessões serão subsequentes às
apresentadas no auditório, complementando-as. *Sussurros e murmúrios  *compõe
a trilha sonora desse módulo.

Até mesmo a Livraria da Imprensa Oficial, no andar térreo do Museu,
participa da exposição com uma cenografia especial. A partir do dia 4 de
maio, textos e imagens impressos em vinil serão adesivados nos vidros do
local. Este módulo foi produzido especialmente em homenagem à língua
francesa – por ocasião do Ano da França no Brasil – e aproxima as Palavras
sem Fronteiras da literatura brasileira.

O catálogo, que será lançado no dia 4 de maio, está em sintonia com o
próprio conceito da exposição, e revela imagens dos filmes e instalações que
criam outra dimensão para a compreensão da ideia fundamental que orienta a
exposição.

Acessibilidade para pessoas com deficiência visual

A proposta da exposição também estará acessível às pessoas com deficiência
visual com consultoria da Museus Acessíveis e apoio da Fundação Dorina
Nowill para Cegos.

Serão oferecidas visitas educativas inclusivas com educadores treinados para
conduzir as pessoas com deficiência visual no museu e proporcionarem um
roteiro áudio-descritivo da exposição.

Além das visitas, a partir do dia 04 de maio, será oferecido acesso aos
textos de curadoria da exposição, uma pesquisa sobre as palavras de língua
francesa e o livro “Palavras sem Fronteiras” em versão resumida em terminais
multimídia na Livraria da Imprensa Oficial.

Estes textos e o livro estão sendo produzidos pelo Departamento de Livro
Digital Acessível da Fundação Dorina para Cegos, utilizando a tecnologia
DAISE, que transforma os conteúdos textuais visuais em versões auditivas com
diferentes possibilidades de busca.

Sobre Sergio Corrêa da Costa

Sergio Corrêa Affonso da Costa nasceu no Rio de Janeiro em 19 de fevereiro
de 1919 e faleceu na mesma cidade, em 29 de setembro de 2005.

Diplomata e historiador, membro da Academia Brasileira de Letras, Corrêa da
Costa teve longa carreira diplomática a serviço do país, ocupando o primeiro
posto, em Buenos Aires, com apenas vinte anos.

Diplomata (1939), Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade
Nacional de Direito da Universidade do Brasil (1942), cursou a Escola
Superior de Guerra (1951) e era pós-graduado em Direito Internacional pela
University of California, de Los Angeles (UCLA) 1948-50.

Oitavo ocupante da cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras, foi eleito
em 25 de agosto de 1983, na sucessão de Dinah Silveira de Queiroz. Dentre os
postos que ocupou, destacam-se: a secretaria geral de Política Exterior e o
de ministro de Estado das Relações Exteriores, interino (1967-68);
embaixador em Ottawa (1962-66); Londres (1968-75); Nova Iorque, Missão junto
à ONU (1975-83) e Washington (1983-86).

Sobre o Museu da Língua Portuguesa

Inaugurado em março de 2006, o Museu da Língua Portuguesa, da Secretaria de
Cultura do Estado de São Paulo, foi criado pela Fundação Roberto Marinho no
prédio da Estação de Luz, no Centro de São Paulo. Com aproximadamente 4 mil
metros quadrados abertos para a visitação, que já receberam mais de 1,5
milhão de pessoas, o Museu da Língua Portuguesa apresenta ao público a
história, a importância e as variações da língua Portuguesa, considerando-a
como grande elo da identidade cultural do povo brasileiro. Além disso,
oferece cursos e eventos para professores, estudiosos e público em geral,
tudo sobre gestão da Poiesis – Organização Social de Cultura.

Museu da Língua Portuguesa
Serviço:

Exposição Palavras sem fronteiras – Mídias Convergentes
De 06 de abril a 14 de junho

Endereço:
Praça da Luz, s/nº, Centro
São Paulo – SP
CEP: 01120-010

  • Contatos:

Telefone: *(11) 3326-0775

 *Horários:*

  • Bilheteria: *de terça a domingo, das 10 às 17hs
  • Museu:* de terça a domingo, das 10 às 18hs (não abre às segundas-feiras)

Obs: às últimas terças de cada mês, o horário é estendido até 22hs –
bilheterias fecham às 21hs.

Ingresso: R$ 4,00 (quatro reais) – pagamento somente em dinheiro
Estudantes com carteirinha pagam meia-entrada
Isentos do pagamento de ingresso:

•  Professores da rede pública com holerite e carteira de identidade;
•  Crianças até 10 anos;
•  Adultos a partir de 60 anos.

Não há venda antecipada de ingresso
Aos sábados a visitação ao Museu é gratuita.

  • Mais informações para a imprensa:

Comunicare Consultoria de Comunicação
Adriana Cavalcanti
Fabio Alberici de Mello
Vivian Teixeira

  • *Tel.: (11) 5594 4174*

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