Depois das cotas raciais, o curso Apoio à Escolaridade com Enfoque Pré-Vestibular, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), vai abrir cotas para cegos e pessoas de baixa visão.
A iniciativa, de acordo com o coordenador Pedagógico do cursinho, vale para as inscrições do segundo semestre.
“Nosso objetivo é intensificar a idéia do cursinho como proposta de efetiva inclusão social”, afirma o coordenador Pedagógico, Geovânio Rossato.
Ele adianta que 5% das vagas serão reservadas aos deficientes visuais. O cursinho também manterá as cotas raciais, que reservam 20% das vagas para alunos negros e índios e que foram implantadas no primeiro semestre deste ano.
Rossato comenta que a idéia das cotas visuais surgiu a partir do anúncio, feito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), de que existe o interesse em abrir cotas para pessoas com necessidades educacionais especiais.
Segundo o coordenador, a concorrência continuará desigual porque o preparo destes candidatos não é específico.
“É um grande funil. Desconheço cursinhos pré-vestibular que ofereçam apostilas em braile ou com letras ampliadas”, comenta.
O material didático utilizado pelo cursinho da UEM, composto por apostilas dos próprios professores e do sistema Anglo, será adaptado para braile pelo Centro de Atendimento Especializado ao Deficiente Visual (CAP), ligado ao Núcleo Regional de Educação (NRE).
“Atendemos 127 municípios de oito núcleos regionais próximos, além de outras cidades do Paraná e do Brasil”, explica a coordenadora Rita de Fátima Carvalho Biazetto.
Ela explica que a prioridade do trabalho é para a educação básica e, na seqüência, os outros níveis educacionais.
A adaptação para braile de um livro didático que já estiver digitalizado pode demorar de um a dois meses. Se for preciso digitar o texto, a conclusão pode levar de dois a quatro meses. Feita a adaptação, de acordo com Rita, a impressão é rápida.
O coordenador Pedagógico do cursinho da UEM desconhece a demanda com a qual está trabalhando. Sem números oficiais sobre a quantidade de maringaenses cegos ou de baixa visão, trabalha-se com o índice definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – 0,5% da população.
Em Maringá, seriam mais de 1,5 mil pessoas.
“Se não houver candidatos, as vagas reservadas serão reintegradas ao total oferecido. Nossa intenção é despertar o interesse pela demanda que não desperta muita preocupação. Hoje em dia, um cursinho pré-vestibular é peça-chave para a entrada em uma universidade”, declara Rossato.
Alexandre Baroni, presidente do Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência (Conade), vê a iniciativa com bons olhos.
“Toda opção de ampliar a inclusão social das pessoas com deficiência é fantástica. Precisamos mesmo avançar e garantir espaço para todo mundo”, argumenta.
Neste sentido, Rossato adianta que, a partir do próximo semestre, os deficientes auditivos também serão beneficiados com cotas para ingressar no cursinho. As aulas serão traduzidas em Libras.
As pré-inscrições para todos os interessados devem ser feitas até o dia 20 de julho, no site do cursinho. Cegos e pessoas com baixa visão estão isentos da taxa de matrícula e ganharão bolsas de estudo. As aulas começam no dia quatro de agosto.
Criado em 2003, o cursinho da UEM integra o programa Pró Homnis, do curso de Ciências Sociais. A cada semestre são oferecidas 60 vagas, destinadas preferencialmente aos servidores da instituição que pararam de estudar na juventude.
As vagas também podem ser preenchidas por dependentes dos servidores, ex-estudantes do cursinho e comunidade externa.
Fonte: Jornal O Diário
Por: Juliana Daibert
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