INDICA distribui livros sobre respeito às diferenças

Chamar a atenção de crianças e adolescentes para a necessidade de compreender a diferença e respeitá-la em todas as suas manifestações. Valorizar a expressão da diversidade. Este é o principal foco do trabalho do Instituto dos Direitos da Criança e do Adolescente – Indica, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Desde 2002, a organização desenvolve o Projeto Bem-Me-Quer, apoiado pelo Criança Esperança, com ações que incluem exibição de vídeos em escolas públicas, televisão virtual, exposição interativa.

Agora, o trabalho ganha o campo da literatura. O Indica lança, no próximo dia 28 de maio, a partir das 19h, no Itaú Cultural (Av. Paulista, 149), em São Paulo, uma coleção que se mostra pioneira no Brasil. Coleção Bem-Me-Quer apresenta livros assinados e ilustrados por alguns dos mais férteis autores e ilustradores de literatura infanto-juvenil do País, que discorrem sobre os sete temas centrais de atuação do Indica: raça/etnia, classe social, deficiências, religião, orientação sexual, gênero e regionalismo. O trabalho tem o patrocínio da Fundação Itaú Social e seus exemplares serão distribuídos a bibliotecas de 2.600 escolas públicas do Brasil, apoiadas pela instituição, através do Programa Itaú Criança. O projeto gráfico leva a assinatura do premiado designer gráfico Alex Chacón.

Ao todo, serão 26 mil exemplares da Coleção Bem-Me-Quer, que chegarão a cidades de todo o País. O trabalho é composto de nove livros e um áudio livro, destinado aos deficientes visuais, que contém todas as nove estórias, narradas por contadores profissionais (com capa escrita também em braile) e com trilha sonora original composta pelo violonista e compositor Jorge Brasil. Cada um dos livros apresenta textos e ilustrações criados especialmente para o projeto.

A mineira/baiana Ana Raquel escreve e desenha o volume, É igual mas é diferente, que fala sobre raça/etnia. Jonas Ribeiro é autor do belo texto de As meninas descalças, ilustrado por Raquel Echenique. Flávia Lins e Silva demonstra grande sensibilidade ao tratar das deficiências em Como Somos, ilustrado por Leicia Gotlibowsky. A brasiliense Eliana Carneiro assina e ilustra o volume que trata de religião, o curioso Livro das Pequenas Grandes Perguntas. O franco-brasileiro Gilles Eduar escreve e ilustra Marina e Makulelê, que trata com graça do tema das diferenças. Adriana Falcão escreve, em Roda-Gigante, sobre religião e recebe ilustrações do paulistano José Carlos Lollo. Por que eu não consigo gostar dela é o título do volume que trata de orientação sexual.

O livro tem texto de Anna Cláudia Ramos e desenhos de Maurenilson Freire. O ilustrador cearense também é responsável pelas belas imagens de O Salto da Borboleta, livro que tem texto de Márcia Cristina Silva para falar da questão de gênero. E o último da coleção, assinado por Chico Salles, é A Cor do Ovo, que aborda o tema do regionalismo com muita delicadeza e tem ilustrações de Jô Oliveira. Cada livro tem 24 páginas e um tom, um traço, uma letra. Cordel, narrativas, poesia, aventuras, descobertas, conflitos, superação e compreensão são temas trabalhados para estimular os leitores a perceberem a riqueza de ser diferente.

Neste primeiro momento, segundo Giovane Aguiar, presidente da Oscip Indica, a tiragem será destinada às escolas apoiadas pela Fundação Itaú Social. Mas há a intenção de fazer distribuição também a outros apoiadores da organização não-governamental, como Unesco e Criança Esperança. “Nós desejamos dar prosseguimento a este trabalho, para fazer chegar esta coleção ao maior número de crianças possível”, diz.

O Instituto dos Direitos da Criança e do Adolescente (Indica) é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, criada em Brasília em março de 2002, por Agop Kayayan, ex-representante da Unicef no país. O principal objetivo da entidade é promover o bem estar e a cidadania da criança e do adolescente, a partir do desenvolvimento de programas, projetos e ações nas áreas de saúde, meio-ambiente, formação profissional, esporte, cultura e geração de renda.

A ONG realiza e apóia, exclusivamente ou em parceria com outras organizações, estudos e análises sobre a situação do público infanto-juvenil no País, que servem como fonte de dados para programas e campanhas educativas no setor. Além disso, atua como um agente facilitador entre as organizações que realizam projetos sociais de qualidade para a infância e juventude e agentes financiadores, nacionais ou internacionais. Faz parte ainda das atribuições do Indica, a cooperação técnica, por meio de assessorias e ou capacitações, com autoridades públicas (municipais, estaduais ou federais) e instituições internacionais na análise da situação de crianças e adolescentes, bem como na elaboração, execução, monitoramento e avaliação de políticas públicas relacionadas ao assunto. A entidade incluiu em seu estatuto social, também, o apoio a ações na área dos Direitos Humanos e da Criança e do Adolescente que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária.O Projeto Bem-Me-Quer é realizado pelo Indica desde 2006. Como parceiros, além da Fundação Itaú Social, a organização conta com Inter American Foundation, Rede Globo de Televisão, Criança Esperança, Andi (Agência de Notícias dos Direitos da Infância), Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), Unifem (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher), UNFPA (Fundo de Populações das Nações Unidas), Secretaria de Educação do Governo de Distrito Federal, Embaixada da Nova Zelândia, Agência de publicidade Giacometti, Universidade de Brasília, Fórum Nacional de Educação em Direitos Humanos, Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal e Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Transexuais, Travestis e Transgêneros.