Pesquisadora da UFSCar trabalha com linguagem de sinais para deficientes mentais que apresentam atraso na fala
Uma pesquisa apresenta resultados positivos na aplicabilidade da Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS), normalmente usada por deficientes auditivos, para pessoas que, apesar de escutarem muito bem, têm dificuldades para se comunicar. O método foi reconhecido internacionalmente e recebe prêmio no dia 25 de maio, nos Estados Unidos. Ele foi classificado em primeiro lugar no Concurso 2009 de Pesquisas de Estudantes do Grupo de Estudos sobre Comportamento Verbal, da Association for Behavior Analysis International (ABAI). O prêmio será recebido durante a convenção anual da entidade, em Phoenix.
A pesquisa foi realizada durante o mestrado de Daniela Ribeiro, aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial e pesquisadora do Laboratório de Aprendizagem Humana, Multimídia Interativa e Ensino Informatizado (LAHMIEI) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Em seu trabalho, ela buscou verificar se o ensino de linguagem de sinais para deficientes mentais que têm prejuízo na fala poderia ajudar na comunicação. O estudo consistiu em ensinar alguns sinais que poderiam servir para nomear objetos e outros para fazer pedidos. Inicialmente, o aprendizado começou com uma apresentação em vídeo no computador com sinais da LIBRAS. Depois disso, alguns processos foram realizados para que o participante associasse uma figura ao sinal visto no vídeo.
De acordo com Daniela, foi possível observar que após selecionar imagens e assistir os gestos em vídeo, os participantes fizeram o sinal diante das figuras ou dos objetos. Isso comprovou que os deficientes estavam conseguindo nomear a figura por meio da linguagem de sinais. Posteriormente, o estudo também possibilitou que o aprendiz conseguisse fazer sinais de mando, ou seja, fazer pedidos por meio dos gestos.
Segundo Daniela, existem vários sistemas de comunicação alternativa, porém, eles exigem, por exemplo, que a criança tenha de carregar um fichário com figuras para mostrar a imagem quando quiser se comunicar. Assim, o método adotado permite que o deficiente aprenda os sinais e possa usar os gestos a qualquer momento. Além disso, a pesquisadora ressalta que o estudo escolheu a linguagem de sinais porque tinha a intenção de ensinar os gestos pelo computador, testando um procedimento informatizado e inovador.
Os resultados mostraram que a pesquisa conseguiu atingir o objetivo de estimular a comunicação dessas pessoas que são ouvintes, mas têm atraso de linguagem na fala. Daniela conta que foi possível perceber avanços na comunicação e que os participantes começaram a usar os sinais para nomear objetos e pedir coisas, como um copo de água. “Eu tive o relato da mãe de um dos participantes que quis aprender os sinais ensinados no estudo porque o filho estava usando espontaneamente”, ressalta Daniela.[14]
Celso Goyos, orientador da pesquisa e professor do Departamento de Psicologia da UFSCar, acredita que essa premiação mostra uma perspectiva diferente de reconhecimento, pois é um prêmio internacional recebido por um aluno de mestrado. Segundo ele, o concurso é relevante por que é exclusivo para Análise Comportamental e conta com jurados que são expoentes máximos da área.
Fonte: http://www.segs.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=28750&Itemi
Legal tomar conhecimento da experiência e dos resultados alacançados a comunicação de deficientes mentais. Estou iniciando uma pesquisa no sentido de usar atividades musicais para melhorar a comunicação, de deficientes e a sua inclusão no ambiente escolar. Se voces tiverem alguma informação que possa ajudar na minha pesquisa será bem vindo