Especialistas afirmam que ácido fólico adicionado às farinhas de trigo e milho é insuficiente para prevenir malformações

Desde o dia 17 de junho de 2004, encontra-se em vigor no Brasil a resolução que obriga a adição de ferro e ácido fólico nas farinhas de trigo e milho, após um esforço conjunto de diversos órgãos de saúde, entre eles o ECLAMC (Estudo Colaborativo Latino-americano de Malformações Congênitas), sociedades médicas e algumas ONGs. A resolução baseia-se em estudos que mostram os benefícios dessas substâncias na prevenção de defeitos do fechamento do tubo neural (mielomeningocele e anencefalia) , considerados como uma das formas mais comuns de malformação congênita.
Hoje, porém, a posição do ECLAMC, através do seu coordenador, Dr. Eduardo Castilla, e também de outras instituições, é de que a dosagem atual é insuficiente, devendo ser aumentada. A Resolução no 344 prevê que cada 100g de farinha de trigo e de farinha de miho forneça, no mínimo, 4,2 miligramas de ferro e 150 microgramas de ácido fólico – em 1992, a saúde pública dos EUA já recomendava uma dosagem de 400 microgramas.
Para os especialistas dos diversos órgãos de saúde e sociedades médicas envolvidos com o Projeto Ácido Fólico, entre elas a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), além do aumento da dosagem, é necessário a implementação dos demais pontos do projeto, no sentido de estimular a ingestão de alimentos ricos em ferro e, especialmente, a recomendação de que todas as mulheres férteis ingiram ácido fólico diariamente.
O empenho já vem acontecendo em forma de discussões fechadas, visando a elaboração de uma nova proposta. Mas, a partir deste ano, o assunto começará a ser debatido em congressos médicos, para que o Brasil apresente uma proposta na Reunião Latino-americana de Consenso sobre Mielomeningocele, a ser realizada no primeiro semestre de 2010. “O objetivo é envolver a América Latina como um todo – hoje, apenas no Brasil, Argentina, Chile e Costa Rica há um programa de fortalecimento de farinhas levado a sério”, explica o Dr. José Francisco M. Salomão, membro do Departamento de Pediatria da SBN.
Segundo o Dr. Salomão, o objetivo final deste esforço, que também prevê uma maior conscientizaçã o da população sobre o papel protetor do ácido fólico, é a alteração da Resolução no 344 pelo Ministério da Saúde, garantindo uma prevenção mais efetiva quanto a essas malformações. fonte: http://www.snifdoct or.com.br/ noticias. php?id=244

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A mielomenigocele é uma anormalidade congênita do sistema nervoso, que se desenvolve nos primeiros dois meses de gestação e apresenta problemas na formação do tubo neural (o que é também chamado de “disrafia”). A espinha bífida, problema no fechamento da coluna vertebral, é um dos mais graves defeitos do tubo neural, podendo apresentar diversos graus de comprometimento, na espinha bífida cística, o saco protruso pode conter meninges (menigocele) , medula espinal (mielocele) ou ambos (mielomenigocele) . Os tipos abertos podem ser diagnosticados no útero, utilizando-se a amniocentese em busca de alfafetoproteí na.
Há relatos de cirurgias intrauterinas com bons resultados quando os casos de bebês são diagnosticados precocemente, ver:
http://www.barini.med.br/2006/ExeNoticias.asp?i=11

Fonte:
InfoAtivo DefNet – nº 4237 – Ano 13 – MAIO de 2009
EDIÇÃO EXTRA
Editor Responsável – Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade (CREMESP 103282)
WWW.DEFNET.ORG.BR
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