O trabalho infantil ainda é uma realidade presente na vida de muitas crianças e adolescentes brasileiros. Para chamar a atenção da sociedade sobre o caso, a Organização Internacional do Trabalho adotou o dia 12 de junho como o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Em 2007, o governo brasileiro também decretou a data como Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil.
Neste ano, a campanha pela erradicação do trabalho infantil, que tem como tema “Com Educação nossas crianças aprendem a escrever um novo presente, sem trabalho infantil”, traz, novamente, a educação para o debate nacional. A iniciativa, promovida pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) e com apoio de entidades defensoras dos direitos da criança e do adolescente, tem como objetivo conscientizar a sociedade para o enfrentamento das diferentes formas de trabalho infantil, além de ressaltar a educação como uma estratégia eficaz de combate a mão-de-obra de crianças e adolescentes.
Isa de Oliveira, secretária executiva do Fórum, explica que o mote da campanha é, pelo segundo ano consecutivo, a educação porque muitas crianças ainda trabalham e estudam. De acordo com a secretária, 2,5 milhões de crianças e adolescentes brasileiros entre 5 e 15 anos trabalham. No Nordeste, 98% das crianças exploradas estão em situação ilegal e sem vínculos com as leis de aprendizagem.
Dessa forma, Isa comenta que a intenção da campanha é conscientizar as pessoas sobre a importância da educação de qualidade para todas as crianças em idade escolar. Além disso, pretende mostrar à população os problemas ocasionados às crianças que trabalham.
De acordo com a secretária, muitos meninos e meninas que trabalham e estudam têm reprovações escolares, faltam às aulas e não aproveitam bem as atividades por causa do cansaço. “Boa parte não está fora da escola, mas tem o rendimento comprometido”, destaca.
Segundo a secretária, a maioria das crianças é de família pobre e sem escolaridade, cuja renda per capita é inferior a um salário mínimo. Para ela, o trabalho infantil pode implicar até mesmo na reprodução da pobreza. Isso porque, quando começam a trabalhar cedo, o rendimento nos estudos diminui, e, não se qualificando adequadamente, acabam, muitas vezes, seguindo o mesmo caminho que os pais.
Apesar de existir, anualmente, há mais de cinco anos, Isa afirma que a Campanha ainda “tem muito o quê avançar”. Para ela, o maior desafio está na mudança de valores da sociedade que ainda considera o trabalho como estratégia para evitar a criminalização de crianças pobres. “Infelizmente [muitas pessoas] ainda têm em mente que criança pobre tem é que trabalhar”, desabafa.
Com informações da Andi
Fonte: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=39203