Uma ópera é um grande espetáculo, não só de música, mas de cenário, de figurino, de postura dos artistas. Como traduzir isso para quem não vê?
Eles chegam com seus cães-guias e logo se acomodam. Os amigos inseparáveis também respeitam o silêncio do teatro. Antes de começar, o servidor público Daniel Monteiro lê o programa da ópera em braile. Desta vez, ele vai entender a peça sozinho, sem a ajuda de um acompanhante.
“A diferença é ter autonomia”, compara Daniel Monteiro.
Audiodescrição é feita por voluntários com um equipamento de tradução simultânea.
“Falamos as ações mais expressivas, aquelas que realmente a pessoa precisa para entender o que está acontecendo”, explica o audiodescritor voluntário Carlos Eduardo Marçal.
“São informações sobre entrada e saída no palco dos personagens, figurino, cenário, ações. Você complementa muito daquilo que eles estão ouvindo”, completa a consultora e roteirista de audiodescrição Lívia Motta.