Jogar futebol para ajudar à integração de jovens em risco

AMÉRICO SARMENTO, BRUINO T. PIRES
Nos bairros problemáticos da Rosa e do Ingote surgiu um projecto de prática desportiva, pioneiro em Coimbra, para as crianças e jovens em risco. Uma forma de integração social, que carece de melhores infraestruturas.
 
Miguel Escobar, o mentor do projeto, nasceu há 52 anos no Paraguai, mas em 1982 veio para Portugal para jogar futebol no Clube Académico de Coimbra. Acabaria por se radicar no nosso país, interpretando uma carreira de jogador de futebol, que o levou a vestir a camisola de clubes como Vianense, Valenciano, Monção e Académica (amadora), equipa que também treinou. Aliás, Coimbra foi a cidade que escolheu para viver.
 
Estudante da Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra, Miguel Escobar apostou em desenvolver um projecto de desporto social, que pretende encontrar na prática desportiva (neste caso do futebol) fortes incentivos à integração social de crianças desfavorecidas ou residentes em bairros considerados problemáticos. Assim nasceu a Fundação Miguel Escobar, que tem vindo a desenvolver trabalho de relevo junto dos jovens dos bairros da Rosa e do Ingote.
 
“A ideia nasceu há cerca de dez anos, com o desejo de desenvolver o desporto social em bairros carenciados. Há cinco anos que estamos no Bairro da Rosa, trabalhando em estreita colaboração com a Associação de Moradores do bairro”, relatou Miguel Escobar.
 
A presença desta fundação no bairro é vista pela associação de moradores como uma mais-valia para o bairro. A associação tem trabalhado em conjunto com Miguel Escobar, procurando motivar os jovens para a salutar prática desportiva, cultivando o convívio e o “fair-play”.
 
José Cortez, presidente da Assembleia Geral da Associação de Moradores do Bairro da Rosa, considera que a actividade da Fundação Miguel Escobar “é muito boa para as crianças, para as preparar para o seu futuro, desviando-as de maus caminhos”.
 
Mas o responsável associativo não esconde as suas preocupações pela má qualidade da única infraestrutura disponível: um campo de cimento, sem cobertura. “Estamos à espera que a Câmara Municipal de Coimbra venha arranjar o campo, como nos foi prometido”. A instalação de um piso e a cobertura do recinto (que também não dispõe de balneários) seria “o ideal” para desenvolver a prática desportiva nestes bairros da Rosa e Ingote. José Cortez espera uma resposta positiva da autarquia, pois “a Câmara, que é a responsável pelo bairro, devia olhar mais por nós”.
 
Uma ideia também defendida por Miguel Escobar, que lamenta trabalhar com as crianças “num piso de cimento, à chuva e ao vento”. Mas acredita que pode vir ajuda da autarquia “o mais rapidamente possível”.
 
Em defesa da “cidadania”, pois “não pode haver crianças de primeira e segunda categorias”, Miguel Escobar considera que o seu projecto, que “é apoiado pelos moradores”, merece mais apoios, pois o que está em questão é “dar ocupação às crianças e aos joverns destes bairros considerados problemáticos, criando condições para eles se integrarem em pleno na sociedade”.
 
Desde que iniciou a sua actividade no bairrro, Miguel Escobar garante ter encontrado um entusiasmo e adesão crescentes, tanto dos “jovens como das suas famílias”. Isto apesar das claras dificuldades de um recinto nada apetrechado para desenvolver uma actividade “social, mas também desportiva, ambiciosa”.
 
O projecto para um novo recinto com piso sintético e coberto “existe, mas tarda em ser concretizado”. Presentemente, a autarquia fornece transporte aos jovens jogadores e assinou recentemente um protocolo com a fundação, que deverá trazer novos apoios para o projecto.
 
O JN tentou obter um comentário da Câmara Municipal, mas tal não foi possível até à hora do fecho desta edição.

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Fonte de informação: Jornal de Notícias

3 Comments

  1. Esta muy bueno el trabajo realizado por esta fundación,digna de ser imitada y apoyado para continuar los proyectos y llevar acabo sus objetivos saludos y abrazos

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