Sobral. Garantir, aos alunos com deficiência visual, acesso à educação e às práticas da vida diária, otimizando, assim, sua inclusão social. Esse é o objetivo do Programa “Nós caminhamos”, implantado recentemente na Biblioteca Municipal Lustosa da Costa, em Sobral, pelo Núcleo de Atendimento do Centro de Formação Continuada e Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (Cefap). O local já dispõe de infra-estrutura básica adequada, incluindo ar-condicionado, mesas, cadeiras, micro systems, livros impressos em braile e livros falados.
Com uma capacidade instalada para atendimento a 15 pessoas, o núcleo atende, no momento, a dez, de um universo de 63 pessoas com deficiência visual cadastradas neste município, tendo a possibilidade de, até o final do ano, dobrar sua capacidade de atendimento. Com um quadro técnico formado por funcionários efetivos, colaboradores e voluntários, o núcleo dispõe de material de apoio constituído de regletes e punção (instrumentos usados na escrita em braile), sorobã (aparelho de cálculo usado por deficientes visuais), equipamentos de escritórios e material para capacitação.
Origem
Conforme o coordenador do projeto, professor Alexandre Ribeiro Silva, a idéia surgiu depois que ele conheceu o espaço reservado para leitura em braile: “Para a sala de leitura em braile funcionar, tem que ter leitores e pessoas formadas em educação braile. Juntando as duas vertentes, veio a idéia de formar pessoas, educadores que quisessem aprender o braile, o sorobã e a bengala e entender, de forma pedagógica, os alunos com deficiência visual, que estão nas escolas ou não”.
Maria Vitória, uma da crianças atendida pelo programa, nasceu com deficiência visual. Ela já está em uma fase bastante avançada, conhece o braille e hoje estuda informática. Já com Expedito Torres, 47 anos, que perdeu a visão recentemente, o processo é diferente. “Como é alfabetizado, Expedito Torres terá que aprender o método braile para continuar a ter autonomia de leitura e escrita”, explica Alexandre Ribeiro.
O ensino às pessoas com deficiência no Brasil teve início no século XIX, com a criação do Instituto Benjamin Constant, na cidade do Rio de Janeiro, em 1854, antigo instituto imperial dos meninos cegos. Depois, veio a implantação, em Minas Gerais, do Instituto São Rafael, em 1926. Ambas as instituições dedicavam-se ao atendimento educacional, em caráter integral, de crianças, jovens e adultos que migravam de seus lugares de origem, perdendo o convívio com seus familiares e seu meio social.
Conforme o último Censo da Pessoa Cega no Estado do Ceará, realizado em 1997, pela Associação de Assistência aos Cegos, foram identificadas no Estado 657 pessoas com deficiências, dos quais 32,5% eram analfabetas, 56% tinham o 1º grau, 5,18% possuíam o 2º grau e 1,83% cursavam ou já haviam concluído o nível superior. Enquanto 9,8% possuíam alguma atividade remunerada, a grande maioria (90,11%) não exercia nenhuma atividade profissional. O projeto conta com o apoio da administração da Biblioteca Lustosa da Costa, do Instituto Vale do Acaraú (IVA) e do 6º Crede.
Mais informações:
Centro de Formação Continuada e Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (Cefap) de Sobral
Alexandre Ribeiro da Silva
(88) 9291.7070 / 9909.5270
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=570540
Achei super interessante esta criaçao desse centro de especialidade visual, é muito bonito o trabalho que Alexandre, juntamente com os outros funcionarios produzem. voces estão de parabens e que DEUS abençõe a todos. SHEYLA