Finalista do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, o projeto Telinha de Cinema acaba de chegar a Porto Velho (RO). Lá, onde ganhou o nome de Telinha na Escola, a iniciativa já mobiliza 40 estudantes das escolas públicas Maria Cândia e Flora Calheiros em atividades de filmagem, produção, edição e distribuição de vídeos por meio de telefones celulares. As lições são ministradas no contraturno das aulas pelos próprios professores, preparados para utilizar conteúdos didáticos como base para o roteiro dos vídeos.
“Fizemos uma chamada de ciência e tecnologia e recebemos mais de 550 vídeos. Ficou até difícil escolher os melhores entre tantos”, brinca o professor de física da escola Marcelo Cândia, Antônio Moura Fé, para quem o projeto também alterou positivamente o uso do laboratório de informática pelos alunos. “Antes era só MSN, Orkut. Agora a internet é usada como instrumento, de forma mais criativa”, diz Moura, que apresentou a experiência durante a I Mostra de Tecnologias Sociais de Porto Velho.
Há dois meses na iniciativa, a produtora e repórter Hosana Morais, de 15 anos, e o câmera e editor Gabriel Perote, de 16, também participaram do encontro. “Comecei a trabalhar como repórter na segunda gincana de conhecimento da escola. Hoje sei mexer no youtube, em tudo”, comemora Hosana, cuja última produção foi um vídeo sobre a história dos relógios. “E a gente sempre coloca os créditos das imagens que a gente usa”, antecipa-se Gabriel, autor de vídeo sobre a história da aviação.
História
O projeto Telinha na Escola é viabilizado por meio de parceria entre a Secretaria Estadual de Educação de Rondônia, o Instituto Vivo e a Casa da Árvore Projetos Sociais, ONG de Tocantins responsável pelo desenvolvimento da metodologia.
No Espaço Telinha, situado em Palmas (TO), cerca de 80 jovens estudantes da rede pública já integram o Telinha de Cinema, um núcleo de estímulo a produção audiovisual e de formação de jovens realizadores através do curso regular de vídeos produzidos, editados e distribuídos com telefones celulares. A cada semestre, duas novas turmas são abertas com 20 vagas cada. Em agosto deste ano, a procura por matrícula superou em 100% as vagas oferecidas.
“Em dois anos, o resultado foi tão positivo que a Secretaria entrou em contato com a gente para aplicar nossa metodologia diretamente nas escolas de turno integral”, afirma Leila Dias, membro da Casa da Árvore e coordenadora do Telinha de Cinema.
A mais recente linha de ação desenvolvida pelo projeto Telinha é o Núcleo de Empreendedorismo e Expressão. Realizado no Espaço Telinha, na periferia da capital tocantinense, o NEE reúne jovens realizadores formados pelo Telinha de Cinema e tem o objetivo de transformar o conhecimento artístico tecnológico em oportunidade, por meio do desenvolvimento de produtos e serviços inovadores. Neste Núcleo, os jovens realizadores aprofundam seus conhecimentos em audiovisual e sua relação com o mercado, identificando produtos e serviços com potencial para se transformarem em um negócio. Entre as áreas de atuação estão a web tv, transmissões scream, o marketing bluettoth e as mídias locativas.
______________________
Fonte de informação: RTS