Paralisia cerebral e práticas pedagógicas

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Paralisia cerebral e práticas pedagógicas: (in)apropriações do discurso médico

Paralisia cerebral e práticas pedagógicas: (in)apropriações do discurso médico, por Marco Antonio Melo Franco. Universidade Federal de Minas Gerais.

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RESUMO/ABSTRACT

O discurso médico tem influenciado o processo de ensino- aprendizagem, sobretudo, quando professores dele se utilizam como forma de justificar o fracasso de certo número de crianças, fazendo com que a culpabilidade pelo mesmo permaneça com as próprias crianças. Assim, os efeitos do discurso médico no processo escolar, particularmente, que discurso médico sobre Paralisia Cerebral tem chegado às escolas; como ele tem sido apropriado pelo corpo docente e os seus efeitos nas práticas pedagógicas dos educadores, constituem o escopo desse estudo. A abordagem metodológica foi qualitativa, com um modelo de investigação do tipo estudo de caso. Participaram 17 educadores ligados, direta ou indiretamente, ao processo de ensino-aprendizagem de 8 crianças com idades entre 6 e 12 anos, com diagnóstico de paralisia cerebral, em processo de escolarização nos anos iniciais do ensino fundamental e acompanhadas pela Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação na cidade de Belém do Pará. Para a coleta de dados, foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas com os educadores no início e no término do ano letivo, além de prontuários gerados a partir das visitas escolares realizadas pela equipe da rede Sarah. Os dados foram analisados em três etapas. A primeira diz respeito às entrevistas iniciais. A análise desses dados revelou a inconsistência teórica dos educadores sobre os conceitos de inclusão e paralisia cerebral. Indicou o desconhecimento sobre o diagnóstico das crianças e práticas pedagógicas baseadas em discurso médico e de senso comum que circulam na sociedade, geralmente por meio de mídias. Em segundo lugar, os dados dos prontuários indicam que a interlocução entre os profissionais da saúde e da educação, tendo como foco um objeto comum, no caso, a criança com paralisia cerebral, produziu modificações no discurso dos educadores e em suas práticas. Por fim, a análise dos dados coletados nas entrevistas finais, confirma os achados descritos anteriormente e reforça o processo de subjetivação e de apropriação do discurso médico pelos educadores e o seu uso na elaboração das ações pedagógicas.

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