Educação e inclusão social

Sabemos que a Educação é o fator maior de inclusão social, cidadania e realização profissional. Segundo o educador brasileiro Paulo Freire, é por meio dela que o homem se torna cidadão e aprende a ler a realidade social como participante ativo.

Prova disso é a recente pesquisa da Associação dos Magistrados do Brasil, Justiça em números – novos ângulos, de Maria Tereza Sadek, que revela a relação direta entre o nível de Escolaridade e a busca dos direitos na Justiça no país. Sobre os resultados, a autora comenta que a alfabetização implica maior conhecimento dos direitos e as pessoas procuram mais a Justiça. Nos estados mais pobres, com maior número de analfabetos, há menor procura pela Justiça. Segundo o presidente da AMB, as pessoas mais esclarecidas reivindicam mais os seus direitos e têm mais noção de cidadania. Frequentar Escola, principalmente na infância e na adolescência, assumindo com compromisso o processo educativo, é de suma importância. Mas, no Brasil, cerca de 1,5 milhão de jovens entre 15 e 17 anos ainda estão fora das Escolas ficando à mercê do envolvimento com drogas, bebidas e criminalidade. É certo que muitos deles buscam o mercado de trabalho, mas é possível conjugar as duas atividades. Pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou um aumento de 82% para 84,1% da demanda nas Escolas de ensino médio. O Ministério da Educação (MEC) estuda a possibilidade de tornar o ensino obrigatório dos 4 aos 17 anos no Brasil e que de fato todos estejam estudando. Outro dado preocupante é que cerca de 30% das crianças na faixa dos 4 a 6 anos também não estão matriculadas em Escolas.

Crianças e adolescentes fora das Escolas, como mostram os dados, criam um espaço perigoso para o surgimento de graves problemas sociais, como ociosidade, desestruturação familiar, envolvimento com drogas, bebidas, pequenos delitos, prostituição e pedofilia, entre outros.

O MEC inova em vários programas educativos com sucesso, como o Programa Universidade para Todos (ProUni); Exame Nacional do ensino médio (Enem); sistemas de cotas nas universidades, Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), Prova Brasil, entre outros. Mas é necessário avançar na maior inclusão social pela Educação buscando processos mais eficientes de inserção de crianças e jovens em Escolas de qualidade, em que os conhecimentos estejam articulados à realidade social dos alunos, proporcionando de fato a formação de uma nova consciência intelectual e cidadã.

Há discussão de mudanças no enfoque teórico-metodológico. De curso meramente preparador para o vestibular para uma Educação geral de qualidade com bons laboratórios e também conteúdos embasados na sociologia, filosofia e psicologia, que possibilitem o aprofundamento da dimensão humana nos problemas do dia a dia: o indivíduo cidadão, político, sensível aos direitos humanos e participante das grandes questões sociais da comunidade e do país.

Nas universidades, importante priorizar os cursos que formam educadores – pedagogia e licenciaturas. Alocar bons mestres e doutores nessa área estratégica, e não professores menos qualificados. Esses cursos ainda têm pouco prestígio nas universidades. O prestígio virá com a valorização real da categoria, com a implantação do piso nacional salarial do educador no Brasil e com essa consciência de que a Educação transforma a realidade. Importante cooptar todos os estudantes para os grandes projetos científicos e humanitários, promovendo uma revolucionária inclusão social pela Educação de qualidade em todos os níveis de ensino, incluindo um mutirão nacional para eliminar o analfabetismo de adultos. Com certeza, é um projeto possível!

____________________________________________________

Fonte de informação: Todos Pela Educação/Estado de Minas Link abrirá em uma nova janela ou aba.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *