O cartunista Mauricio de Sousa discursou em Plenário nesta terça-feira (15) em sessão especial que lembrou o bicentenário de Louis Braille(1809-1852), criador da linguagem braile, o método de leitura destinado aos cegos. O criador da “Turma da Mônica” afirmou que eventos como a 5ª Semana do Senado Federal de Acessibilidade e Valorização da Pessoa com Deficiência servem para educar as crianças e a população em geral a respeito dos “anseios” dos que, em algum aspecto, distinguem-se das demais.
Maurício de Sousa levou vários atores caracterizados de seus personagens, como Mônica, Cebolinha e Magali. E falou um pouco de alguns de seus personagens portadores de deficiência, como Dorinha – em homenagem a Dorina Nowill, criadora de uma fundação que há 63 anos publica livros em braile – e o cadeirante Lucas, que teve origem em conversas do cartunista com atletas paraolímpicos, por meio das quais descobriu “o ânimo, a coragem e o bom humor” com que eles tratam suas próprias limitações.
– Não podemos deixar nas historinhas ranços de algum tipo de preconceito. Tive que estudar com minha equipe muito bem para saber como escrever os personagens totalmente integrados com a turma da Mônica – afirmou.
Mauricio de Souza adiantou que trabalha na criação de um personagem com síndrome de Down, “uma menina”, lembrando ainda que sua galeria já conta com um personagem autista.
– Todos temos algum tipo de deficiência, temos que conviver com isso. Em algum momento também seremos deficientes. Temos que cuidar do futuro desse pessoal todo do país – afirmou.
Maurício de Souza disse ainda que participa na implantação de um projeto de educação pré-escolar para 180 milhões de crianças na China. A iniciativa será levada ainda ao Vietnã, Indonésia e Coréia do Sul.
– Às vezes, a conquista não é para a gente, é para essa turminha que vai crescer, vai desejar o seu lugar como profissionais, pessoas e cidadãos – afirmou o cartunista, bastante emocionado.
O cineasta Ivy Goulart também agradeceu a realização da 5ª Semana e da homenagem prestada a Louis Braille.
– Fizemos historia, pela primeira vez, com um cão guia e a presença da turma da Mônica sentada na Mesa Diretora – comemorou o autor de Além da Luz, que será exibido nesta quarta-feira (16), às 18h, no auditório Petrônio Portela do Senado Federal.
O filme- que estreou na sede das Nações Unidas, nos Estados Unidos, no último dia 3, por ocasião das comemorações do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência -conta história de cinco brasileiros que têm em comum a cegueira e que descobriram “nas suas dificuldades que o caminho para a vida melhor é e continua sendo a educação e a informação”, disse Ivy Goulart.
– O filme não tem distribuidor, é otimista, para cima, não fala de violência e armas, mas traz a esperança não para o Brasil, mas para um mundo melhor – concluiu.
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Fonte de informação: Agência Senado