“Eu sonho em ser comum”

A história de Luciana (Alinne Moraes) da novela Viver a Vida foi inspirada em Flávia (na foto, as duas em suas cadeiras de rodas)

Em meio aos brinquedos dos filhos gêmeos, Mateus e Mariana, de 2 anos e meio, Flávia Cintra, 37 anos, recebeu a reportagem de QUEM em sua casa, na Zona Sul de São Paulo. “Eles não param um minuto, mas essa movimentação na casa é a coisa que mais amo neste mundo”, diz ela. Assim como muitas mulheres, Flávia engravidou sem planejar e foi morar com o pai das crianças. O relacionamento não deu certo e, também como muitas outras mães separadas, ela se divide entre a rotina de trabalho, os filhos e a casa. “A diferença entre mim e você é que estou em uma cadeira de rodas e a maior parte das pessoas que vive em uma cadeira de rodas não consegue ter uma vida comum”, diz ela, que é tetraplégica desde os 18 anos. “Quero deixar de ser exceção, quero que tenha tanta gente que faça coisas incríveis com cadeira de rodas, que trabalhe, que engravide, que eu vou deixar de ser diferente. Eu sonho em ser comum.”

O sonho de Flávia e a vontade de enfrentar sua deficiência foram a inspiração para o novelista Manoel Carlos escrever Viver a Vida. Na ficção, o autor retrata a deficiente Luciana, interpretada por Alinne Moraes. Assim como na vida real de Flávia, Luciana ficou tetraplégica, mas sua condição não a impedirá de se casar e ser mãe. A intenção do autor é diminuir o preconceito por meio da novela. “Um médico chegou a quase me sugerir um aborto, dizendo que era uma irresponsabilidade minha ter engravidado. Muita gente se surpreende e fala ‘nossa, eles fazem sexo!’. Com a novela, tenho certeza de que vão pensar de modo diferente. Já está na hora”, defende Flávia.

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Fonte: Revista Quem

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