Deficientes mentais são tratados como bicho em abrigo do Rio

O Jornal mostra imagens impressionantes, absurdas, de pessoas sendo tratadas como bichos. A equipe de reportagem flagrou cenas deprimentes em um abrigo público para deficientes mentais no Rio de Janeiro.

Eles têm nome, sobrenome. No passado, tinham família, mas foram abandonados. Hoje, vivem à margem da sociedade, à beira da indigência. Apáticos, praticamente, não saem da cama – que muitas vezes, não tem lençol. O colchão está em condições precárias.

Em dias tão quentes, o chão da varanda parece o melhor lugar. É o Centro Integrado da Criança e do Adolescente, em Conceição de Macabu, a 220 quilômetros do Rio de Janeiro. Mas no local vivem 90 homens, com deficiência mental, que têm entre 24 e 48 anos. O abrigo é responsabilidade do governo do estado.

Nos cômodos, o mau cheiro é muito forte e os casos de sarna são frequentes. Não há chuveiros. Banhos somente com baldes. Há nove meses, a defensoria pública recebeu denúncias e notificou os responsáveis.

Uma cama ao lado da outra. A superlotação preocupa os defensores público. Os pacientes ocupam a sala. Em um quarto há um beliche, que não seria adequado para portadores de deficiência dormirem e até a cozinha vira dormitório.

Para cuidar dos internos, existem apenas dez funcionários por turno, segundo a coordenadora do abrigo. E não há médico de plantão.

“Temos um médico, que está prestes a se aposentar, mas ele dá assistência aqui”, informa a funcionária Rosangela Rocha.

De acordo com o governo do estado, existe um projeto de reforma da unidade.

“O projeto está pronto, finalizado em dezembro do ano passado com orçamento próprio, pronto, já está sobre a mesa do secretario de obras, Pezão, que é o vice-governador, para ser licitado”, aponta a presidente da Fundação responsável pelo abrigo Ellen Peres.

“As pessoas que estão aqui ficam esquecidas. O que eu vejo é como se a decadência de um estabelecimento tivesse passado para a decadência da vida dessas pessoas. Hoje temos uma situação de muito abandono”, comenta a defensora pública Patrícia Magno.

A Secretaria de Obras do Estado do Rio de Janeiro informou que o projeto teve que ser refeito e foi devolvido para a fundação responsável pelo abrigo. Portanto, ainda não há prazo para o início da reforma no local.

Fonte: http://www.jornalfloripa.com.br/brasil/ver_info_jornalfloripa.asp?NewsID=3705

2 Comments

  1. Ja trabalhei num abrigo para criancas e adolescentes,mas onde vivem deficientes mentais, poucos adolescentes, mas a maioria adultos, que cresceram ali, abandonados pelas familias. Fica no rgsul, tb coordenado por uma fundacao do estado, mas os deficientes ali sao tratados e vivem com dignidade, carinho e respeito! Fico indignada ao saber que seres humanos sob a responsabilidade do poder publico vivam em condicoes deploraveis como as citadas aqui. E que a unica resposta que temos e que nao ha prazo para o inicio da reforma. Nos pagamos impostos! Queremos estas pessoas sendo cuidadas com dignidade!

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