
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) firmou nesta quarta-feira, 10 de março, um protocolo de intenções para cooperação com a empresa espanhola Indra, multinacional de tecnologia da informação com larga experiência na Europa e América Latina. A iniciativa vai permitir a portadores de deficiência física acesso facilitado à internet e uso de computadores pessoais por meio de duas tecnologias inovadoras: o Headmouse e o Teclado Virtual.
As duas ferramentas, desenvolvidas pela empresa em conjunto com a Universidade de Lleida, na Espanha, são recursos que permitem a pessoas com deficiência física acesso gratuito às tecnologias da informação e comunicação.
A assinatura ocorre no Ministério das Comunicações, pelo presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio; Osvaldo Pires e Marcelo Palha, dirigentes da Indra no Brasil, às 11h, no gabinete do ministro das Comunicações, Hélio Costa, em Brasília. O Headmouse e o Teclado Virtual foram criados nas cátedras de Tecnologias Acessíveis que a Indra desenvolve em colaboração com a Fundação Adecco e a Universidade Lleida. Os softwares serão colocados à disposição do público para download gratuito na internet, nos sites do Ministério das Comunicações e dos Correios.
As duas aplicações já estão disponíveis no site Tecnologias Acessíveis da Indra – http://www.tecnologiasaccesibles.com/pt/index.htm – e podem ser instaladas em qualquer computador equipado com webcam de baixo custo. Além do download gratuito, os Correios manterão uma equipe de suporte treinada pela Indra para esclarecer dúvidas relativas à instalação e o funcionamento das duas ferramentas.
O Headmouse é uma solução tecnológica que permite às pessoas com mobilidade reduzida controlar o cursor do mouse pelos movimentos da cabeça. O software interpreta funções como “arrastar” arquivos por gestos faciais e piscar de olhos. Complementando a aplicação, o Teclado Virtual facilita às pessoas com deficiência física a possibilidade de redação de textos sem a necessidade de utilizar as mãos, já que capta os movimentos faciais do usuário, replicando-os sobre o um teclado digital.
De acordo com a empresa, o uso do Headmouse é possível graças a algoritmos de visão artificial desenvolvidos para a área da robótica móbil. O usuário é capaz de utilizar de maneira intuitiva e natural o mouse virtual, sem nenhum tipo de formação ou conhecimento prévio. Uma vez instalado o software, não há necessidade de nenhum tipo de ajuda para acesso à configuração, nem para alterar os parâmetros oferecidos pelo sistema.
Também o uso do Teclado Virtual, que complementa o Headmouse, também não requer formação prévia. Ele funciona por meio de um aplicativo que aparece na tela do computador e permite a produção de textos mediante a pulsação de teclas virtuais. O sistema incorpora inovações tecnológicas que facilitam ao máximo a escrita para pessoas com mobilidade reduzida que não podem utilizar teclados convencionais de computador.
O Teclado Virtual conta com funções de predição de palavras, cujos algoritmos aprendem com o modo de escrever do usuário e melhoram exponencialmente suas taxas de acerto. Os testes realizados para a produção e elaboração de textos literários extensos, entre 15 mil e 20 mil palavras, resultaram numa economia de até 40% nas pulsações de teclas necessárias para escrevê-las.
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Fonte: MinC